Haia, Holanda - O Tribunal Penal Internacional (TPI) condenou nesta terça-feira (27/9) a nove anos de prisão o extremista malinês Ahmad al Faqi al Mahdi, culpado de crime de guerra pela destruição dos mausoléus protegidos de Timbuctu, anunciou o tribunal com sede em Haia. "Al Mahdi, você é culpado de um crime muito grave" pelo qual "a câmara por unanimidade o condena a nove anos de detenção", disse o juiz Raul Pangalangan.
"O tribunal por unanimidade considera que Al Madhi é culpado de crime de guerra por ter atacado locais protegidos", havia dito anteriormente o magistrado. No início do julgamento, Ahmad al Faqi al Mahdi havia se declarado culpado e pedido perdão ao povo do Mali, dizendo que estava "cheio de remorso e arrependimento". O acusado disse que havia agido "sob a influência" dos grupos extremistas e convocou os muçulmanos de todo o mundo a resistir a "este tipo de ações".
A decisão do TPI era muito esperada pela população do Mali, que pedia justiça, e pelas ONGs, que buscavam um veredicto dissuasivo. Os especialistas das Nações Unidas, por sua vez, acreditam que a sentença "colocará fim à impunidade" na destruição de bens culturais nos conflitos.