O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse estar frustrado com a decisão de Washington de não divulgar o acordo de cessar-fogo que o país intermediou junto com os Estados Unidos na Síria. Putin afirmou, no entanto, que a Rússia não vai publicar o documento de forma unilateral. A trégua entrou em vigor no começo da semana.
"Não entendo por que temos de manter o acordo secreto", disse Putin durante viagem ao Quirguistão. O presidente russo insinuou que Washington tem esperança de manter o potencial de combate das forças contrárias ao governo sírio, e por isso estaria se recusando a divulgar o acordo.
[SAIBAMAIS]"Isso tem a ver com os problemas que os EUA estão enfrentando na Síria. Eles ainda não conseguem separar a chamada parte saudável da oposição dos elementos quase criminosos e terroristas", disse Putin. "Na minha opinião, isso resulta de um desejo de manter o potencial de combate na luta contra o governo legítimo de Bashar Assad. Mas esse é um caminho muito perigoso."
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Putin afirmou também que o destaque dado à Rússia e a ele na campanha presidencial dos EUA mostram a importância cada vez maior do país. O candidato republicano, Donald Trump, disse recentemente que Putin é um líder melhor do que o presidente dos EUA, Barack Obama. A candidata democrata, Hillary Clinton, classificou a atitude de Trump em relação ao presidente russo como antipatriótica e assustadora.
"Quanto ao uso da Rússia e do presidente da Rússia na campanha presidencial dos EUA, quero acreditar que isso esteja relacionado à crescente influência e importância da Rússia", disse. Ele acrescentou, no entanto, que "podemos ver uma tentativa de trazer de volta a imagem do chamado Império do Mal para assustar a sociedade".