O presidente filipino, Rodrigo Duterte, pediu nesta segunda-feira (12/9) que os Estados Unidos retirem seus assessores militares do país. Duterte advertiu que a presença desses militares em uma ilha no sul filipino torna esses norte-americanos vulneráveis, um alvo potencial do grupo militante extremista Abu Sayyaf.
[SAIBAMAIS]As declarações de Duterte, conhecido por seu discurso direto, devem complicar mais a já delicada relação com o governo do presidente Barack Obama, que na semana passada cancelou um encontro com Duterte após este xingá-lo. O líder filipino ofendeu Obama após críticas de Washington a supostos abusos contra os direitos humanos na guerra às drogas nas Filipinas.
"Enquanto estivermos com os EUA, nós nunca teremos paz", disse Duterte. Ele também advertiu que o pessoal norte-americano nas Filipinas pode inflamar a já volátil campanha para acompanhar os membros do Abu Sayyaf, que segundo especialistas de segurança teria cerca de 300 combatentes. Duterte disse que o Abu Sayyaf buscará sequestrar norte-americanos em busca de resgate.
As declarações foram alvo de críticas de políticos filipinos. O senador Antonio Trillanes IV, por exemplo, disse que o presidente julgou com a emoção. A embaixada norte-americana em Manila não havia comentado o assunto.
Os EUA mantém forças no sul das Filipinas desde 2002 para treinar e aconselhar as tropas Filipinas na luta contra o Abu Sayyaf, grupo afiliado à rede extremista islâmica Al-Qaeda. Mais recentemente, o grupo jurou fidelidade ao Estado Islâmico.
Em seu auge, a operação entre os EUA e as Filipinas contou com a presença de mais de mil norte-americanos no país, mas essa cooperação foi oficialmente encerrada em 2015. Agora, apenas alguns assessores e responsáveis pelo apoio técnico permanecem.