Trípoli, Líbia - As forças do governo paralelo não reconhecido da Líbia anunciaram nesta segunda-feira (12/9) que assumiram o controle de um terceiro terminal de petróleo das mãos de uma milícia leal ao governo de união nacional respaldado pela comunidade internacional.
"Nossas forças conseguiram assumir o controle do porto de Zueitina e dominá-lo por completo", disse à AFP Mohamed al-Azumi, porta-voz de uma brigada leal ao general Khalifa Haftar, comandante proclamado do exército ligado ao governo paralelo estabelecido no leste do país. No domingo, as forças do governo paralelo dominaram os terminais de Al-Sedra e Ras Lanuf, os mais importantes do país.
[SAIBAMAIS]Uma agência de notícias ligada ao governo do leste, com sede em Al-Baida também anunciou que o porto de Zueitina foi dominado e que "as milícias fora da lei foram expulsas", em uma referência aos Guardas das Instalações Petroleiras (GIP). O Governo de União Nacional (GNA) criticou no domingo a ofensiva das tropas de Haftar, que chamou de "agressão flagrante contra bens do povo líbio".
Este é o primeiro confronto militar entre os dois lados desde que o GNA se instalou em Trípoli em março. Desde então, o governo tenta, com dificuldades, consolidar sua autoridade no conjunto do país, em meio ao caos registrado desde a queda do regime do ditador Muamar Khadafi em 2011. Apesar da Líbia dispor das maiores reservas de petróleo da África - quase 48 bilhões de barris -, paradoxalmente é um dos países membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Ope) que menos produz.
O caos na Líbia e sua incapacidade para sair da crise provocam inquietação nos países europeus, por conta da proliferação de grupos extremistas no vazio de poder, assim como pelo crescente fluxo de migrantes, quase todos procedentes da África subsaariana, que chegam a Europa a partir da costa líbia.