Teerã, Irã - O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, criticou duramente a Arábia Saudita, rival regional de Teerã, e pediu aos muçulmanos que reconsiderem a gestão saudita dos locais sagrados, de acordo com o site oficial leader.ir "O mundo muçulmano, os governos e a população devem conhecer os dirigentes sauditas e sua natureza irreverente, não crente (...) e refletir seriamente sobre a gestão dos locais sagrados. Se isto não acontecer, o mundo muçulmano enfrentará problemas maiores", escreveu Khamenei.
A mensagem foi divulgada antes da peregrinação à Meca, da qual os iranianos não poderão participar em 2016. No ano passado, 60 mil peregrinos iranianos participaram no evento. A decisão foi tomada após uma grande confusão que deixou 2.300 mortos, incluindo 464 iranianos, de acordo com balanços de governos estrangeiros, no ano passado na região de Meca. "Os dirigentes sauditas que bloquearam o caminho do Hajj (peregrinação) são vergonhosos extraviados que baseiam seu poder (...) na aliança com o sionismo e com os Estados Unidos, e não renunciam a nenhuma traição", denunciou Khamenei.
Esta é a primeira vez em quase três décadas que os iranianos são impedidos de entrar na Arábia Saudita para o Hajj. Os dois países não conseguiram chegar a um acordo para o envio de peregrinos iranianos à Meca. Teerã acusa Riad de impor "obstáculos". A Arábia Saudita rompeu relações com o Irã após o ataque de sua embaixada em Teerã em janeiro por manifestantes que protestavam contra a execução do xeque Nimr, uma figura da oposição xiita contrária ao regime saudita sunita. As relações entre Irã e Arábia Saudita se tornaram ainda mais tensas nos últimos anos, já que os dois países se enfrentam em vários temas regionais, em especial Síria, Iêmen, Iraque e Bahrein.