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Síria: mais de 300 deslocados de Daraya são retirados de cidade rebelde

A medida foi tomada "no âmbito do acordo entre o Estado sírio e facções rebeldes", segundo a televisão síria

Mouadamiyat al-Cham, Síria - Mais de 300 habitantes originários de Daraya, perto de Damasco, começaram a ser evacuados nesta sexta-feira (2/9) pelo exército sírio de uma localidade vizinha rebelde, onde se refugiaram para fugir dos combates.

A medida foi tomada "no âmbito do acordo entre o Estado sírio e facções rebeldes", segundo a televisão síria. O acordo prevê a evacuação de milhares de rebeldes e civis de Daraya, uma das primeiras localidades a se rebelar contra o regime de Bashar al-Assad, e que foi submetida durante quatro anos a um impiedoso cerco, com incessantes bombardeios.

Daraya foi retomada totalmente no sábado passado pelo exército sírio. Em sua maioria mulheres e crianças, as pessoas evacuadas caminharam até a saída de Muadamiyat al-Sham, onde viviam há três anos. Ali eram esperadas por oito ônibus para ser transportadas a um centro de acolhida temporário na província de Damasco, segundo um fotógrafo da AFP.



Na quinta-feira (1/9), o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, criticou a estratégia de evacuação forçada praticada pelo regime sírio em locais como Daraya. "Compartilho seu medo em relação ao fato de que depois de Daraya nos arriscamos a ter outras Darayas", disse De Mistura aos jornalistas após o fim de uma reunião em Genebra do grupo de trabalho sobre a ajuda humanitária à Síria.

A evacuação de Daraya constitui o segundo acordo deste tipo entre o regime e os rebeldes depois do de Homs (centro), "capital da revolução", onde o regime utilizou a mesma tática de sitiá-la e bombardeá-la intensamente até que os rebeldes aceitaram abandonar seu reduto na cidade velha, em 2014.

Desde o início da revolta contra o regime de Damasco, em março de 2011, a guerra deixou mais de 290 mil mortos e obrigou milhares de pessoas a abandonar seus lares. A trégua é violada frequentemente desde abril e as negociações de paz encontram-se em ponto morto.