As forças do governo líbio de unidade nacional (GNA) lançaram neste domingo (28/8) "a última fase" da ofensiva contra as posições ainda controladas pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) em seu reduto em Sirte, norte da Líbia.
Cerca de mil soldados foram mobilizados para expulsar totalmente os extremistas que resistem nos bairros da cidade costeira, em grande parte retomada pelas forças do GNA desde o início do verão (hemisfério norte).
Neste domingo, 18 membros das forças do GNA foram abatidos pelo EI, e ao menos 120 ficaram feridos.
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"Nossas forças entraram nos dois últimos bairros do Daesh (acrônimo árabe do grupo EI) em Sirte", anunciou à AFP Reda Issa, porta-voz das forças pró-governo. "A última batalha de Sirte começou", afirmou.
A reconquista total da cidade, situada 450 quilômetros a leste de Trípoli, seria um grande revés para o EI, que tomou o controle da localidade em junho de 2015, desde onde liderou sua expansão para fora da Síria e do Iraque.
As forças pró-governo, formadas principalmente por ex-rebeldes que rejeitaram entregar as armas após a revolta de 2011, lançaram uma ofensiva em 12 de maio. Entraram em 9 de junho na cidade, lugar de nascimento do ex-ditador Muammar Kadafi, onde tomaram o controle do porto e do centro administrativo.
Um fotógrafo da AFP em Sirte constatou o avanço de vários tanques e veículos armados em direção ao bairro do norte, ainda controlado pelo EI, enquanto eram disparados obuses na entrada deste setor.
"Um de nossos tanques conseguiu destruir um carro-bomba que apontava contra nossas forças, que foi neutralizado antes que cumprisse seu objetivo", explicou Reda Issa.
As forças terrestres aproveitaram, segundo ele, "uma noite de bombardeios da força aérea" dos Estados Unidos, que apoiam as tropas pró-governo em Sirte desde 1; de agosto, a pedido do GNA.
Desde que começou a ofensiva, no domingo de manhã, 18 soldados das forças partidárias do governo de união nacional líbio (GNA) morreram e outros 120 ficaram feridos em combates com o Estado Islâmico em Sirte, informou uma fonte médica.
- Tanques e franco-atiradores -
Há dias, as tropas leais se preparavam para esta "batalha decisiva" contra o EI, depois de expulsarem os extremistas de seus últimos redutos.
As forças pró-governo haviam se reagrupado na periferia da cidade e na entrada de dois bairros do norte e do centro da mesma, segundo declarações de soldados colhidas pelo correspondente da AFP na frente.
"Limpamos nossas armas [...] e as preparamos para a fase decisiva, que, com a ajuda de Deus, ocorrerá amanhã [domingo] ou depois de amanhã [segunda-feira]", informou no sábado à AFP o soldado Usama Mohamad Mosbah.
Uma calma instável reinava na frente desde a manhã de quinta-feira em Sirte. No sábado, começaram os enfrentamentos nas imediações do bairro residencial número 1, onde as forças do GNA usaram metralhadoras e lança-foguetes contra os extremistas do EI, segundo o correspondente da AFP.
Também foram mobilizados franco-atiradores sobre os telhados das casas, cujas paredes estavam pintadas com as cores da bandeira preta do EI.
Após um avanço rápido em maio, a progressão das forças do GNA se viu perturbada pela estratégia de guerrilha colocada em ação pelo EI, cujas "armas são as minas [...] e os cinturões de explosivos", segundo o soldado Faraj Ben Said.
As explosões de carro-bomba, de suicidas e de minas terrestres deixaram vários mortos entre as tropas leais ao governo, que perderam mais de 350 combatentes, segundo fontes militares. Quase 2.000 teriam ficado feridos. É desconhecido o balanço de mortos entre os combatentes do grupo EI.