Os Estados Unidos declararam na sexta-feira "estado de emergência de escala nacional" em Porto Rico pela epidemia de zika, após a ilha registrar 10.690 pessoas, entre elas 1.035 mulheres grávidas, infectadas pelo vírus, que pode causar malformações congênitas graves.
A secretária de Saúde dos Estados Unidos, Sylvia Burwell, determinou que "existe uma emergência de saúde de importância nacional" no território de Porto Rico "como consequência do surto de zika e seus potenciais efeitos nas mulheres grávidas", segundo um comunicado.
Ao declarar este tipo de emergência, a Secretaria de Saúde pode outorgar subsídios, expedir contratos e conduzir ou financiar investigações sobre as causas, tratamentos e medidas de prevenção da doença, entre outros poderes.
Transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o zika em geral se manifesta com sintomas brandos, mas é particularmente perigoso para mulheres grávidas, visto que pode causar danos permanentes ao feto em desenvolvimento, incluindo a microcefalia, uma malformação congênita na qual o bebê nasce com o crânio e o cérebro menores que a média.
Segundo a informação fornecida pelo departamento de Saúde da ilha, Porto Rico já registrou, além disso, 30 casos de Síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica que pode derivar em paralisia e que também é associada ao zika.
A ministra de Saúde local, Ana Rius, lembrou em um comunicado que o zika também pode ser transmitido sexualmente, "motivo pelo qual exortamos o uso de preservativo como medida de prevenção contra esta e outras doenças de transmissão sexual".
Também pediu que se tome medidas básicas de precaução, como eliminar água parada, colocar mosquiteiros nas janelas e utilizar repelentes.
A epidemia de zika na ilha afetou o turismo. Até maio, cerca de 42.000 reservas de hotel tinham sido canceladas pelo temor que provoca o vírus, disse à AFP Ingrid Rivera, diretora da Companhia de Turismo de Porto Rico, em uma entrevista recente.
Isto significa que hotéis, restaurantes e outros serviços receberão 28 milhões de dólares a menos devido à epidemia até 2018.