Washington, Estados Unidos - A campanha de Hillary Clinton denunciou, nesta quinta-feira (11), as declarações do republicano Donald Trump, que acusou a candidata democrata e o presidente Barack Obama de serem responsáveis pelo surgimento do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.
"Novamente, Donald Trump fala mal dos Estados Unidos", reagiu Jake Sullivan, conselheiro da candidata democrata à Casa Branca.
"É claro que se trata de uma acusação falsa, proveniente de um candidato presidencial alérgico à verdade e que tem lacunas sem precedentes", rebateu.
"As declarações de Donald Trump ganham destaque, porque, mais uma vez, ecoam argumentos usados pelo (presidente russo Vladimir) Putin e por nossos adversários para atacar os dirigentes americanos e os interesses americanos, ao mesmo tempo em que omitem formar propostas sérias para lutar contra o terrorismo", acrescentou Sullivan.
Em uma reunião de campanha na Flórida, na quarta-feira (10), Trump acusou Obama de ser o fundador do Estado Islâmico.
"Ele (Obama) é o fundador do Isis, ok?", garantiu, usando o acrônimo do EI. "Ele é o fundador! Ele fundou o Isis", insistiu.
Trump acrescentou que Hillary Clinton pode ser considerada a cofundadora do grupo.
O candidato republicano à presidência declarou ainda que "Putin não gosta do nosso presidente".
"Putin não tem nenhum respeito por Obama. Não seria bom que nos entendêssemos melhor com a Rússia?", questionou.
Há tempos, os republicanos alegam que a Política Externa de Obama e sua então secretária de Estado compartilham a responsabilidade por ajudar a criar as condições que permitiram que o EI crescesse no Iraque e na Síria.
O EI foi fundado em 2013, meses depois de Hillary ter deixado o Departamento do Estado. Surgido do grupo extremista Al-Qaeda no Iraque, o EI se fortaleceu em 2006, depois da decisão do presidente republicano George W. Bush de invadir o Iraque em 2003 para derrubar Saddam Hussein.
Em entrevista concedida à rede CNBC nesta quinta-feira (11), Trump criticou Obama por ter retirado as tropas do Iraque, assim como a invasão aprovada por W. Bush em 2003.
O magnata nova-iorquino alega que sempre se opôs à invasão ao Iraque, embora seis meses antes de sua realização tenha se declarado a favor. Em entrevista a uma rádio, na época, chegou a comentar: "Sim, eu acho. Lamento que isso não tenha sido bem feito na primeira vez", durante a guerra do Golfo em 1991.
Em franca queda nas pesquisas de intenção de voto, Trump tentou minimizar nesta quinta (11) o custo pessoal de uma eventual derrota para Hillary Clinton e afirmou que não precisa ser eleito presidente.
"Se, em 90 dias, eu fracassar (...), não tem problema", disse ele durante uma entrevista por telefone à CNBC.
"Olha, volto para a vida boa. Não é o que eu quero, acho que vamos ganhar, mas a gente vai ver", ressaltou.
"No final, ou isso dá certo, ou vou tirar longas férias", afirmou.