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Putin acusa Ucrânia de recorrer ao 'terror' com atentados na Crimeia

Mais cedo, a Rússia afirmou ter frustrado "atentados terroristas" na Crimeia, preparados, segundo o FSB, pela Ucrânia para desestabilizar esta península anexada por Moscou às vésperas das eleições previstas para setembro


Moscou, Rússia - O presidente russo, Vladimir Putin, acusou nesta quarta-feira a Ucrânia de recorrer ao "terror", depois que o serviço secreto russo (FSB) anunciou ter desbaratado "atentados" orquestrados por Kiev na anexada região da Crimeia.

"Esta é uma notícia muito alarmante. Nossos serviços de segurança impediram uma incursão [na Crimea] de um grupo de sabotagem do ministério ucraniano da Defesa", declarou Putin, que acusou as pessoas que "tomaram o poder em Kiev" de "praticar o terror", segundo agências de notícias russas.

Mais cedo, a Rússia afirmou ter frustrado "atentados terroristas" na Crimeia, preparados, segundo o FSB, pela Ucrânia para desestabilizar esta península anexada por Moscou às vésperas das eleições previstas para setembro.


"O FSB desbaratou na Crimeia atentados terroristas contra infraestruturas e o sistema de abastecimento da região", destacou o serviço secreto russo em um comunicado.

O texto diz ainda que um dos agentes do FSB e um militar russo morreram em duas operações para deter os "sabotadores ucranianos".

Kiev rejeitou todas as acusações, chamando-as de "provocação".

"Esta iniciativa de provocar violência (...) é um jogo muito perigoso", declarou Putin durante uma coletiva de imprensa no Kremlin, anunciando "medidas suplementares" para garantir a segurança da península.

"Nestas circunstâncias, uma reunião no formato Normandia (França, Alemanha, Rússia e Ucrânia) na China (durante o G20 nos dias 4 e 5 de setembro) não faz sentido", considerou o presidente russo.

Ele pediu que o Ocidente "exerça pressão adequada sobre as autoridades de Kiev" se "realmente quiser chegar a uma solução pacífica" para o conflito ucraniano.

;Sabotadores-terroristas;

De acordo com o FSB, o primeiro grupo de "sabotadores-terroristas" foi descoberto perto da cidade de Armyansk, na Crimeia, na madrugada de 6 para 7 de agosto.

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que mantém um grupo de observadores na fronteira russo-ucraniana, não relatou qualquer incidente.

A OSCE, no entanto, observou em um comunicado na terça-feira que a circulação movimento de carros através da linha de demarcação entre a Ucrânia e a Crimeia foi suspensa nos últimos dias e que os guardas de fronteira pareciam estar em "estado de alerta".

O secretário do Conselho de Segurança Nacional ucraniano, Olexander Turchinov, refutou o que chamou de acusações "falsas e histéricas", enquanto o Estado-Maior ucraniano descreveu-as como "provocação".

O ministério da Defesa ucraniano denunciou "uma tentativa de justificar as ações agressivas dos militares russos no território da península anexada".

"A Ucrânia não está tentando apreender ou tomar à força o seu território, e não vai fazer isso", garantiu Yuriy Tandite, um assessor do chefe do serviço secreto ucraniano (SBU), citado pela agência Interfax-Ucrânia.

A Crimeia foi anexada pela Rússia em março de 2014 depois de uma intervenção militar seguida de um referendo denunciado como ilegal por Kiev e pelo Ocidente.

A península abriga várias bases militares e navais russas, incluindo a da Frota russa do Mar Negro em Sebastopol.

Essa anexação causou enorme tensão entre o Ocidente e a Rússia e foi seguida de uma série de sanções europeias e americanas contra Moscou.