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Japoneses lembram nesta terça-feira bombardeio atômico de Nagasaki

Na presença de representantes de dezenas de países, o prefeito da cidade, Tomohisa Taue, evocou a visita história realizada em maio deste ano pelo presidente americano, Barack Obama, a Hiroshima

Agência France-Presse
postado em 09/08/2016 09:01
Na presença de representantes de dezenas de países, o prefeito da cidade, Tomohisa Taue, evocou a visita história realizada em maio deste ano pelo presidente americano, Barack Obama, a Hiroshima

Tóquio, Japão - Os japoneses lembraram nesta terça-feira (9/8) o bombardeio atômico de Nagasaki, no sudoeste do Japão, que há 71 anos destruiu a cidade e provocou a morte de 74 mil pessoas. Às 11h02 locais (23h02 de Brasília de segunda-feira), a hora exata em que a bomba explodiu em 9 de agosto de 1945, três dias depois do bombardeio atômico contra Hiroshima, um alarme soou e os habitantes de Nagasaki observaram imóveis um minuto de silêncio.

Na presença de representantes de dezenas de países, o prefeito da cidade, Tomohisa Taue, evocou a visita história realizada em maio deste ano pelo presidente americano, Barack Obama, a Hiroshima. Até aquele momento nenhum presidente americano havia visitado nenhuma das duas cidades destruídas pelas bombas atômicas dos Estados Unidos no fim da guerra. "Com sua visita, o presidente mostrou ao mundo a importância de ver, ouvir e sentir as coisas" diretamente, disse Taue.

Da visita, ficou gravada a forte imagem de Obama apertando a mão de um sobrevivente e dando um abraço em outro. O prefeito de Nagasaki, que se opõe à política de Defesa do atual governo, que reforça as Forças Armadas japonesas, criticou as "contradições" do Japão.



O Japão "propõe a abolição das armas nucleares, mas ao mesmo tempo se apoia na dissuasão nuclear" através de sua aliança com os Estados Unidos, disse. Taue convocou o governo a "inscrever na lei os três princípios antinucleares" adotados em 1967. Trata-se dos princípios de não produção, não posse e não autorização em seu território de armas nucleares. Tomihisa Taue também convocou as gerações jovens a ouvir o relato dos "hibakusha" (sobreviventes irradiados), cuja idade já supera os 80 anos.

Assim como em Hiroshima, no sábado passado, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reafirmou a vontade do Japão de militar pela abolição das armas nucleares. "Jamais devemos deixar que se repitam as terríveis experiências de Hiroshima e Nagasaki", disse Abe. A bomba de plutônio batizada de "Fat Man" estava destinada, a princípio, à cidade de Kokura, ao norte de Nagasaki, onde havia uma importante fábrica de armas. Mas o bombardeiro B-29, batizado de Bockscar, mudou seu alvo no último minuto por razões meteorológicas.

Três dias antes, a bomba de urânio "Little Boy" havia destruído Hiroshima, provocando a morte de 140 mil pessoas, a metade delas na hora. As duas bombas atômicas lançadas pelos americanos precipitaram a capitulação do Japão no dia 15 de agosto de 1945 e, de fato, o fim da Segunda Guerra Mundial.

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