Paris, França - Vinte mesquitas e salas de oração consideradas radicais foram fechadas desde dezembro na França e "serão mais", assim como as expulsões de pregadores extremistas, declarou nesta segunda-feira (1;/8) o ministro do Interior francês.
"Não há espaço na França para aqueles que nas salas de orações ou nas mesquitas convocam e provocam o ódio e não respeitam um certo número de princípios republicanos. Penso especialmente na igualdade entre homens e mulheres", disse o ministro Bernard Cazeneuve à imprensa depois de se reunir com o presidente e o secretário do Conselho Francês de Culto Muçulmano, Anouar Kbibech e Abdullah Zekri.
[SAIBAMAIS]"Esta é a razão pela qual decidi há vários meses, tanto no âmbito do estado de emergência quanto mobilizando todos os meios de direito comum e com as medidas administrativas disponíveis, fechar mesquitas. Até agora cerca de 20 foram fechadas e irão ocorrer mais (fechamentos), dadas as informações que temos", advertiu.
Na França há 2.500 mesquitas e salas de oração, 120 das quais são consideradas como difusoras de uma ideologia fundamentalista salafista. Cazeneuve informou que desde 2012 80 pessoas foram expulsas da França e que outras dezenas de expulsões estão em andamento, sem fornecer mais detalhes.
A reunião desta segunda-feira entre o ministro e os líderes do CFCM deveria discutir a organização e o financiamento do Islã nas fileiras muçulmanas, após os ataques de 14 de julho em Nice e de 26 de julho em uma igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray (Normandia). Cazeneuve confirmou a refundação iminente do Islã na França, com uma melhora da "transparência no financiamento" das mesquitas, "no respeito rigoroso dos princípios de laicidade".
"Existe um trabalho técnico que é difícil, sobre o qual temos que trabalhar de forma extremamente metódica, e que me levará a fazer propostas complementares ao primeiro-ministro durante o verão, de forma que possamos propor um dispositivo globalmente coerente no mês de outubro", anunciou.