Agência France-Presse
postado em 14/07/2016 10:27
Cabul, Afeganistão - Milhares de crianças afegãs, algumas com apenas oito anos, trabalham em condições perigosas, apesar de a lei afegã proibir isso, denunciou a organização Human Rights Watch (HRW). Além disso, metade dos menores que trabalham no Afeganistão se veem obrigados a abandonar a escola, segundo relatório publicado nesta quinta-feira.A HRW acusa o governo de não aplicar a lei que proíbe que menores trabalhem em setores perigosos e de ter cessado seus esforços de modificar a lei trabalhista para conformá-la às normas internacionais. "Aqui, as crianças trabalham dos dez, as vezes desde os 8, até os 15 ou 16 anos. Levantam às 3 da manhã e trabalham até a noite. Elas se queixam de dores. Mas o que podem fazer? Precisam ganhar a vida", afirma aos autores do estudo o chefe de uma fábrica de tijolos em Cabul.
"De acordo com a lei afegã, os menores entre 15 e 17 anos podem trabalhar em setores nos quais não correm riscos, que representam uma forma de aprendizagem e se não trabalharem mais de 35 horas por semana", afirmou à AFP Ahmad Shuja, representante da HRW em Cabul. A extrema pobreza no Afeganistão, um dos países mais pobres do mundo e onde a taxa de desemprego em 2016 foi de mais de 40%, obriga os menores a trabalhos perigosos.