Esboçado pela Otan na cúpula de Gales em 2014, o plano de resposta "Readiness Action Plan" estimula os membros da Aliança a respeitar um mínimo de gastos militares de 2% do PIB e a cessar os cortes.
Para acalmar os aliados que se tornaram independentes de Moscou no início dos anos 1990, a Otan decidiu reforçar sua "Força de Resposta" (NRF, Nato Response Force), triplicando seus efetivos para 40.000 soldados e criando uma "ponta de lança" ("Spearhead") de 5.000 homens capaz de ser mobilizada em apenas alguns dias diante de qualquer foco de crise.
Os presidentes também aprovaram oficialmente envios adicionais à Polônia e aos três países Bálticos.
Quatro batalhões multinacionais (com entre 600 e 1.000 militares cada um) serão enviados com base em uma rotação nesses quatro países que compartilham fronteira com a Rússia. Na Polônia, Obama confirmou a mobilização de mil militares americanos.
Essa decisão não tem precedentes desde o fim da Guerra Fria e da Ata Fundacional de 1997, que rege as relações Otan-Rússia e que estabelecia a redução das forças convencionais na Europa e na Rússia.
Rússia ;não é uma ameaça;
A unidade, com a qual os aliados prepararam a cúpula, pareceu desvanecer nesta sexta-feira com a chegada do presidente francês, François Hollande.
Hollande estimou que a Otan não deve ditar o tipo de relação que a Europa deve ter com a Rússia, país considerado um "sócio" por ele.
"A Rússia não é um adversário, não é uma ameaça", disse.
Para Moscou, é a Otan que ameaça sua segurança, avançando sobre o que eram seus "satélites". Os russos reservam suas maiores advertências, porém, ao escudo antimísseis que os Estados Unidos desenvolvem na Europa.
Stoltenberg comentou que os líderes da Aliança aprovaram pôr sob o comando da Otan essa primeira fase do escudo antimísseis declarada operacional, insistindo em que não se dirige à Rússia.
Os americanos alegam que o escudo é um recurso para proteger seu território, assim como o de seus aliados, de eventuais ataques com mísseis balísticos do Irã e da Coreia do Norte.
"Essa defesa antimísseis é feita para proteger, em relação a outras ameaças, não as que nos querem fazer crer [como sendo uma] vindo da Rússia", minimizou Hollande.
O escudo antimísseis neutralizaria a doutrina de dissuasão nuclear.
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