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Justiça da Argentina congela bens de Cristina Kirchner

Para o magistrado, Cristina ordenou uma operação na qual o país perdeu o equivalente a R$ 17,1 bilhões ao negociar a divisa pelo preço oficial quando o valor de mercado para entrega neste ano era 42% maior



A parlamentar de centro-esquerda, que tem apoiado a coalizão Cambiemos, do presidente Mauricio Macri, afirmou à Justiça que a família Kirchner mantém ao menos três cofres com US$ 5 milhões não declarados e com movimentações recentes em bancos de Buenos Aires - a filha de Cristina, Florencia, teria um US$ 1 milhão. A ex-presidente admitiu que investimentos em prazos fixos que tinha e transformara em pesos durante seu governo foram convertidos em dólar ao sair da Casa Rosada. Ela negou que não estejam declarados.

Cristina deixou o tribunal ainda sem saber do bloqueio de seus bens. A jornalistas que a esperavam em uma rua lateral, reclamou de ter sido chamada para uma notificação a mais de 2 mil quilômetros de sua casa. "Há uma atuação do ;Partido Judiciário; que beira o ridículo. Para colocar uma assinatura, eu não precisaria ter vindo aqui. Só demorei mais tempo no tribunal em razão da denúncia que vim fazer", justificou. Cristina alegou ter marcada uma consulta médica para atrasar em três horas sua notificação. Assim, não esbarrou no tribunal com o empreiteiro Lázaro Báez, preso desde abril sob acusação de enriquecimento ilícito durante o kirchnerismo.

O empresário, beneficiado com 80% das licitações na Província de Santa Cruz, berço político dos Kirchner, foi ouvido às 10 horas. Ele saiu do tribunal 40 minutos antes da chegada de Cristina. Em seu depoimento, Báez não envolveu a ex-presidente em seu aumento patrimonial e alegou não saber de que crime exatamente era acusado.