Foi com um plebiscito similar ao realizado pelos britânicos que a Europa testemunhou o início de um dos mais importantes processos de ruptura da história recente. Passados 25 anos ; comemorados no último dia 25 ; desde que declarou a independência e deu início à dissolução da Iugoslávia, com o apoio de 88% da população, a Eslovênia celebra o aniversário da emancipação com o desejo de promover a integração regional e o fortalecimento da União Europeia. Em tempos de dúvidas sobre o futuro do bloco, Alain Brian Bergant, embaixador da Eslovênia no Brasil, vê o projeto europeu como o caminho para a manutenção da paz e do sucesso econômico na região.
Como o senhor avalia a evolução das estruturas políticas da Eslovênia nesses 25 anos?
Viemos da Iugoslávia e, porque as coisas não iam bem, quisemos a independência. O que foi bom, no início, é que estivemos unidos, lutando todos pelo desejo de ser parte da Europa Ocidental. Nosso principal objetivo era integrar a UE e a Otan. Em 2004, isso aconteceu. Em 2007, fomos o primeiro dos jovens países a adotar o euro e, um ano depois, nos tornamos membros do Espaço Schengen. Quando eu viajava como estudante, precisava mostrar o passaporte e trocar de moeda em cada uma das fronteiras. Agora, não há fronteiras e podemos viajar muito rápido. Isso é muito bom.
Como vê o aumento da fiscalização em fronteiras, com a crise dos refugiados?
Nós enfrentamos essa crise no último mês de setembro. Observávamos o que acontecia em Lampeduza (Itália) e os imigrantes passaram a vir por outra rota. De repente, estavam na nossa fronteira e nós não estávamos. Outros países decidiram diminuir o acolhimento e, então, nós deveríamos pará-los na divisa com a Croácia, e construímos uma cerca na fronteira. Graças a Deus, temos agora esse acordo com a Turquia e decidimos que isso ; imigrantes caminhando de um país para o outro ; nunca deve se repetir. A Eslovênia receberá neste ano 567 imigrantes que já estão na Itália ou na Grécia e 270 imigrantes da Turquia. A perspectiva para o ano que vem é de que recebamos mil pessoas. Devemos, definitivamente, mostrar solidariedade com os países que já têm um número alto de refugiados. Mesmo na Eslovênia, nem todo mundo está feliz com o que o fluxo de pessoas, especialmente quando alguns associam isso aos ataques terroristas. Não acho que seja o caso. De qualquer forma, somos um país democrático e sabemos como é, por sermos jovens, por termos experimentando uma breve guerra após a dissolução da Iugoslávia, por termos recebido refugiados da Guerra da Bósnia.
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