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Multidão armada destrói mesquita em Mianmar

Tensão entre budistas e muçulmanos é um dos desafios do governo

Uma multidão armada entrou em uma sala de orações muçulmana no norte de Mianmar e a destruiu, no segundo episódio deste tipo em oito dias, em um país onde já foram registrados no passado casos de violência sectária, informou neste sábado (2/7) a imprensa local.

As tensões entre budistas e muçulmanos, especialmente as que envolvem a comunidade dos Rohingyas, representam um dos maiores desafios que o primeiro governo civil no país em décadas, liderado por Aung San Suu Kyi, enfrenta.

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Na sexta-feira (1/7), habitantes do Hpakant, cidade mineradora do estado de Kachin, saquearam uma mesquita com a ajuda de "paus, facas e outras armas" antes de atear fogo ao local, informou o Global New Light of Myanmar.

"A multidão era totalmente incontrolável. O edifício foi arrasado pelos atacantes", de acordo com o jornal, que explicou previamente que havia acontecido um conflito devido à construção da mesquita.

Até o momento ninguém foi preso, acrescentou a mesma fonte, mas neste sábado as forças de segurança foram mobilizadas na cidade, explicou à AFP Nashi Naw Lawn, da ONG "Kachin Network Development Foundation".

Há oito dias, dezenas de budistas saquearam uma mesquita e uma escola islâmica no centro do país, que vive a ascensão do budismo radical.

[SAIBAMAIS]Em 2012, em uma onda de violência similar que abalou o oeste do país, mais de 200 pessoas foram assassinadas em poucas semanas, a maioria muçulmanos da etnia Rohingya, e milhares delas tiveram que fugir de suas aldeias.

Aung San Suu Kyi, vencedora do prêmio Nobel da Paz, foi criticada no exterior por seu silêncio sobre a situação dos Rohingyas, dos quais a maioria é apátrida e milhares já fugiram do país.