A multimilionária indústria pornográfica japonesa se desculpou oficialmente e prometeu mudanças, em resposta às denúncias de que mulheres foram obrigadas a gravar vídeos sexuais contra sua vontade.
O comunicado foi publicado após a prisão, neste mês, de três homens, entre eles um executivo de 49 anos da agência de talentos Marks Japan, acusados de obrigar uma mulher a participar de mais de 100 filmes pornográficos durante anos.
Segundo a imprensa local, a agência ameaçou a vítima de ter que pagar penalizações por incumprimento de contrato caso ela se negasse a fazer os filmes.
A Aliança Internacional para a Propriedade Intelectual (IPPA), que representa a indústria pornográfica japonesa, informou em um comunicado na quarta-feira que "anima os produtores a atuarem rapidamente para melhorar a situação e restabelecer a solidez de toda a indústria".
"A associação lamenta profundamente ter fracassado na hora de tomar iniciativas [para afrontar o problema, anteriormente]. Sentimos muito", acrescentou.
Uma coalizão de ativistas e advogados instou as autoridades a lutarem contra os maus-tratos sexuais existentes na indústria pornográfica no Japão.
"Acho que é a primeira declaração deste tipo apresentada pela associação", disse à AFP Shihoko Fujiwara, ativista da ONG Lighthouse, que ajuda vítimas de tráfico de pessoas.
No entanto, 20% dos produtores japoneses de cinema pornô não fazem parte da IPPA, assim como o grande número de produtores clandestinos.
Estes também "devem respeitar as regras, o que requereria a ação do governo", acrescentou Fujiwara.