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Deputados democratas fazem protesto contra armas no Congresso americano

Eles começaram a sentar no chão pouco antes do meio-dia de quarta sob liderança de John Lewis, ícone dos direitos civis, que marchou junto ao reverendo Martin Luther King nos anos 60

Os deputados democratas passaram a noite nas dependências do Congresso americano para protestar contra a falta de adoção de medidas que limitem a venda de armas no país, dias depois do massacre registrado na boate gay de Orlando. As cenas na Câmara de Representantes, sem precedentes na história recente, mostram democratas sentados no chão do plenário, um protesto conhecido como "sit-in" e muito usado como forma de desobediência civil, em um ato considerado pelo presidente republicano da casa, Paul Ryan, de "golpe publicitário".

Ryan havia se negado a votar duas leis apresentadas pelos democratas, uma para ampliar o pedido de antecedentes para a compra de armas de fogo e outra para proibir a venda dessas armas a pessoas que façam parte de listas do FBI como suspeitos de terrorismo. As propostas foram rejeitadas na segunda no Senado. Ryan, depois de tentar votar outros assuntos em uma tentativa de devolver a sessão à normalidade, declarou recesso até 5 de julho e deixou o plenário, mas dezenas de deputados democratas permaneceram no local.



Eles começaram a sentar no chão pouco antes do meio-dia de quarta sob liderança de John Lewis, ícone dos direitos civis, que marchou junto ao reverendo Martin Luther King nos anos 60. "O tempo para o silêncio e paciência acabou", declarou Lewis. Passadas quase 24 horas, dezenas de democratas permanecem no plenário e os líderes do partido discutem quais serão as próximas ações.

A desobediência dos congressistas reflete a escalada política da discussão promovida pelo presidente Barack Obama quanto ao controle de armas para evitar dramas como o ocorrido em Orlando, no domingo retrasado, em que 49 pessoas foram mortas por um atirador extremista.