O grupo Estado Islâmico (EI) expulsou tropas do regime sírio da província de Raqa (norte), durante uma contra-ofensiva que deixou dezenas de mortos nas últimas 24 horas, informou nesta segunda-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Em 3 de junho, tropas governamentais lançaram uma ofensiva para tomar a cidade de Tabqa, mais a leste, chave para o posterior ataque a Raqa, capital do EI na Síria. Foi a primeira vez que as tropas de Bashar Al Assad entraram na província desde 2014.
Forças regulares e paramilitares do governo conseguiram avançar 20 km na província, antes de serem expulsas pelos extremistas, segundo o OSDH.
O Daesh (acrônimo em árabe do EI) "conseguiu expulsar as tropas do regime fora das fronteiras administrativas da província de Raqa depois de uma feroz contra-ofensiva, lançada no domingo à noite", informou a ONG, com sede em Londres.
De acordo com a fonte, o EI enviou centenas de reforços de Raqa (capital da província de mesmo nome) para defender Tabqa, cidade localizada a 50 km, às margens do rio Eufrates.
Segundo a ONG, morreram "mais de 40 membros das forças do regime", que se somam aos 21 extremistas que perderam a vida.
No domingo, as forças de Damasco se aproximaram a sete quilômetros do aeroporto de Tabqa, mas foram obrigadas a recuar após vários ataques do EI, que finalmente determinaram que as tropas deixaram a província de Raqa.
Os extremistas usam métodos como atentados suicidas e carros-bomba para repelir as forças do regime.
Outra contra-ofensiva no norte
O grupo extremista também lançou uma contra-ofensiva para afrouxar o cerco ao reduto de Minbej, também ao norte, e resultou na recuperação de duas aldeias controladas por forças árabe-curdas apoiadas pelos Estados Unidos.
As Forças Democráticas Sírias (FDS) tinha arrebatado estas localidades aos extremistas em uma ofensiva lançada em 31 de maio.
"O EI tenta defender Minbej e envia combatentes para atacar as FDS nessas aldeias", observou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.
As FDS sitiam Minbej há dez dias, mas tiveram seu avanço freado pelos ataques suicidas do EI. Os extremistas controlam desde 2014 esta cidade, localizada entre a fronteira turca e Raqa, a capital de fato do EI na Síria.
A guerra civil na Síria, que começou com uma brutal repressão a manifestações antigovernamentais em 2011, já matou mais de 280.000 pessoas e obrigou a milhões de sírios a abandonar seus lares.