A investigação sobre o assassinato do opositor russo Boris Nemtsov, morto a tiros perto do Kremlin em fevereiro de 2015, foi encerrado, informaram nesta segunda-feira as autoridades russas, que indicaram que o crime foi encomendado por um checheno.
"A investigação está encerrada", afirmou em um comunicado o Comitê de Investigação da Rússia, responsável pelas principais investigações criminais no país.
Cinco suspeitos - Zaur Dada;ev, Chadid e Anzor Goubachev, Bemirlan Esterkhanov e Khamzat Bakha;ev - todos originários das repúblicas russas de maioria muçulmana Chechênia e Inguchétia, presos em março de 2015 e acusados de assassinato, "receberam em setembro de 2014 uma recompensa de 15 milhões de rublos (206.000 euros) pelo assassinato de Boris Nemtsov", indica o comunicado.
Ruslan Moukhoudinov, um checheno identificado em dezembro de 2015 como o mentor do crime, e "outras pessoas" ligadas a esse assassinato são procurados pela polícia, de acordo com a mesma fonte.
Segundo a imprensa russa, Moukhoudinov serviu no batalhão "Sever" das forças especiais chechenas, compostas de soldados especialmente leais a Ramzan Kadyrov, presidente da Chechênia.
Muitos parentes de Boris Nemtsov acusaram a comitiva de Ramzan Kadyrov, e até mesmo o próprio Ramzan Kadyrov, pelo assassinato do opositor.
Os investigadores russos haviam inicialmente levantado a hipótese de uma "pista islâmica" no assassinato de Boris Nemtsov por causa de seu apoio à revista satírica Charlie Hebdo.
Mas "a pista de um assassinato por ódio religioso foi completamente excluída", ressaltou o Comitê, explicando que os cinco executores agiram unicamente por interesses financeiros.
Um sexto suspeito, Beslan Chavanov, se explodiu em novembro de 2015, no momento de sua prisão, segundo o comunicado.
O Serviço Federal russo de Segurança (FSB) afirmou nesta segunda-feira que Boris Nemtsov foi morto por uma arma caseira montada na Rússia a partir de peças feitas no exterior.