Destroços da cabine do avião da EgyptAir que caiu no Mediterrâneo em 19 de maio passado foram localizados em "vários lugares" - anunciou a comissão de investigação egípcia, em nota divulgada nesta quarta-feira à noite.
O Airbus A320 fazia o voo MS804, cobrindo a rota Paris-Cairo, e caiu com 66 ocupantes a bordo, depois de desaparecer repentinamente dos radares por causas ainda desconhecidas.
Na aeronave estavam 40 egípcios, incluindo a tripulação, 15 franceses, dois iraquianos, dois canadenses, assim como cidadãos de Argélia, Bélgica, Grã-Bretanha, Chade, Portugal, Arábia Saudita e Sudão.
Uma embarcação da empresa francesa Deep Ocean Search (DOS), que participa das operações de buscas, "localizou vários locais (...) onde estão os restos da cabine", anunciou a comissão em um comunicado.
"A equipe de pesquisa e os investigadores a bordo do navio vão estabelecer um mapa da distribuição dos destroços da cabine", completa o texto.
O barco "John Lethbridge" chegou em 9 de junho ao Egito para se unir aos trabalhos de buscas na zona onde caiu a aeronave, entre a ilha grega de Creta e o Egito.
Esse navio conta com "um sistema de radar de sonar lateral, que pode fazer imagens do fundo do oceano". Também tem um robô submarino que pode descer a até 6.000 metros de profundidade para "fazer observações visuais, equipado com um hidrofone direcional para captar o sinal das caixas-pretas", descreveu o diretor do Escritório de Pesquisa e Análise (BEA), Rémi Jouty.
Na segunda-feira, a comissão de investigação advertiu que as duas caixas-pretas parariam de emitir sinais em 24 de junho. O navio da Marinha francesa "Laplace" havia conseguido detectar em 1; de junho o sinal de uma das caixas, embora nenhuma tivesse sido recuperada.
De acordo com os investigadores egípcios, confirmando o que já havia sido dito pelas autoridades gregas, o aparelho fez um giro de 90; à esquerda e, depois, de 360; à direita, antes de cair.
As operações se tornaram mais difíceis em razão da profundidade de mais de 3.000 metros na zona de busca.
Inicialmente levantada pelo Egito, a hipótese de atentado cedeu terreno à do incidente técnico. O aparelho emitiu dois alertas automáticos dois minutos antes da queda, sinalizando fumaça dentro da cabine dos pilotos e uma falha no computador que gerencia os comandos.
Vários investigadores franceses da BEA e especialistas da Airbus participam das buscas na costa egípcia.