A OEA inaugura nesta segunda-feira (13/6) sua Assembleia Geral na República Dominicana com a promessa de que as discussões ficarão limitadas ao desenvolvimento sustentável da região, mas com a crise na Venezuela dominando as conversas informais. Também deverá ser abordada a crise financeira da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que teve de suspender suas missões na região por falta de fundos.
O presidente da República Dominicana, Danilo Medina, e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, inauguraram a 46a. Assembleia Geral no início da noite, em Santo Domingo, depois de se reunirem ao longo do dia com representantes da sociedade civil.
Em sinal de deferência para com o país anfitrião, Almagro prometeu que não vai impor a questão da Venezuela na agenda de discussões. No entanto, faltando uma semana para que a Comissão Permanente da OEA discuta precisamente o estado da democracia na Venezuela, é quase impossível que o tema não figure nas discussões informais.
Um diplomata confidenciou à AFP que a Venezuela deverá dominar as discussões porque as partes buscarão alcançar "o mágico número 18", que é a maioria necessária para que na reunião de 23 de junho o Conselho Permanente ative as gestões diplomáticas previstas pela Carta Democrática Interamericana.
Em 31 de maio, Almagro evocou a Carta Democrática junto à publicação de um contundente relatório sobre a crise na Venezuela. Também afirmou que o governo venezuelano tem "muito mais a ganhar do que a perder" com a realização de um referendo revogatório este ano e a libertação de "presos políticos".
Prevendo a presença de seu país na agenda, a chanceler venezuelana Delcy Rodríguez advertiu que vai a Santo Domingo disposta a defender junto aos aliados do grupo Alba - que somam onze países - seus "modelos de autonomia política, econômica e de soberania financeira". A Venezuela enfrenta uma terrível escassez de produtos básicos, uma inflação de 180,9% (em 2015) e uma dos índices de violência mais elevados do mundo.
Entre os 27 ministros das Relações Exteriores que participarão na Assembleia figuram o chanceler americano John Kerry. A CIDH, órgão autônomo da OEA, pedirá aos Estados membros que "redobrem os esforços a fim de superar sua crise financeira", segundo um comunciado.
A CIDH se viu forçada a suspender suas missões na região e provavelmente não renovará os contratos de 40% de seu pessoal em Washington por falta de recursos. A assembleia também analisará a proteção dos direitos humanos dos trabalhadores imigrantes, dos povos indígenas e afro-descendentes e da comunidade LGBT