"Ele viu dois homens se beijando em frente à sua mulher a ao seu filho, e ficou muito irritado", destacou. Seddique é uma espécie de celebridade nos círculos políticos afegãos nos Estados Unidos, e apresenta um programa de TV no qual expressa suas opiniões gerais, às vezes usando traje típico ou então uniformes militares. No programa "Durand Jirga Show", disponibilizado no YouTube, ele critica o governo paquistanês e anuncia a intenção de disputar a presidência do Afeganistão. Também elogia os talibãs e os chama de "irmãos guerreiros" em um dos vídeos. "Os talibãs são 100% afegãos", afirma.
Mas essa simpatia pelo grupo extremista causa confusão porque ele também critica vários líderes talibãs por suas alegadas ligações com os militares paquistaneses. Fontes no Afeganistão afirmam não saber exatamente quando a família Seddique abandonou o país em conflito. "Tudo que podemos dizer é que ele (Mateen) é um cidadão americano com origem afegã. Ele vive nos Estados Unidos há décadas, e isso é tudo que sabemos através da imprensa", declarou uma fonte do governo afegão à AFP, sem querer ser identificada.
Uma fonte talibã negou, por sua vez, qualquer associação com a família, destacando que Mateen nasceu, viveu e trabalhou sempre nos Estados Unidos. "Não o consideramos um jihadista", enfatizou. O FBI admitiu que Mateen - que nasceu em Nova York - já havia sido investigado por possíveis vínculos extremistas, mas que não foi considerado perigoso. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pela chacina, afirmando que o ato foi desempenhado por "um dos soldados do califado".