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Estratégia antiterror dos EUA volta a ser questionada após massacre

O FBI prossegue com as investigações sobre o autor do ataque, Omar Mateen. Cinquenta pessoas morreram e outras 53 ficaram feridas no ataque



O agente especial do FBI Ronald Hopper também disse que antes de atacar a boate gay de Orlando, Mateen ligou para o número de emergência 911 e expressou lealdade ao grupo Estado Islâmico (EI). Nascido em Nova York em 1986, Mateen é filho de afegãos e morava em Port St. Lucie, Flórida, a duas horas de carro de Orlando. O pai afirmou que o filho agiu motivado pela homofobia. "Isto não tem nada a ver com religião", disse ao canal NBC News.

FBI investiga
A ex-esposa de Mateen, que se divorciou em 2011, disse que ele era violento e controlador, mas não especialmente religioso. Mas o agente Hopper do FBI disse que a conduta de Mateen provocou suspeitas nos últimos anos. Em 2013 ele foi investigado por ter feito comentários a colegas de trabalho que davam a entender sua familiaridade com o terrorismo. Em 2014 voltou a ser interrogado por investigadores por sua relação com Moner Mohammad Abusalha.

Abusalha ganhou notoriedade quando se tornou o primeiro cidadão americano a cometer um ataque suicida na Síria. Ele era considerado um integrante de uma organização aliada da Al-Qaeda. "Determinamos que o contato havia sido mínimo e naquele momento não constituía uma relação propriamente dita ou uma ameaça", afirmou Hopper.

Resgate de reféns
O massacre de Orlando aconteceu no momento em que a campanha para a eleição presidencial nos Estados Unidos, em novembro, começa a ficar mais intensa. A candidata democrata Hillary Clinton adiou um evento de campanha previsto com o presidente Obama e escreveu no Twitter que seus pensamentos "estão com todos os afetados por este ato horrível". Seu rival republicano Donald Trump não perdeu tempo em afirmar que tem razão quando diz que a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos deve ser proibida.

Trump pediu a Obama que renuncie por não ter atribuído o massacre ao "islã radical" e programou um discurso sobre segurança para esta segunda-feira. A tragédia na boate Pulse durou três horas a partir das 2h00 (3h00 de Brasília) de domingo, quando o barulho dos tiros começou a ressoar entre a música alta.

A polícia informou que o criminoso tinha um fuzil e uma pistola. Imediatamente, um policial que trabalhava no local respondeu e, ao lado de outros dois agentes, trocou tiros com Mateen. Uma viatura policial avançou contra uma parede e invadiu o local. Mais agentes entraram no tiroteio, que terminou com a morte do criminoso. As autoridades ainda não determinaram quantas pessoas foram mortas por Mateen ou se algumas foram vítimas do fogo cruzado durante o ataque.

Cenas de terror
As testemunhas descreveram o cenário, com corpos caindo e sangue por todos os lados. "Era um completo caos", disse à AFP Janiel Gonzalez. "As pessoas gritavam ;socorro, socorro, estou preso; e umas pisavam nas outras", afirmou o jovem. O massacre, que aconteceu no mês do Orgulho Gay nos Estados Unidos, deixou sombras sobre a tradicional desfile gay de Los Angeles, que aconteceu como estava previsto, mas com a a multidão abatida pela tragédia de Orlando.