<p class="texto"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2016/06/11/535929/20160611003121222280a.JPG" alt="Elas desempenham papel importante na conexão entre simpatizantes do Estado Islâmico. Especialista explica funções dentro do grupo" /></p><p class="texto"><br />No inverno passado, Valerya (nome fictício), 13 anos, entrou em contato com um jihadista, por meio do site de relacionamentos russo VKontakte. ;Ele começou a falar com fé, me enviou grande quantidade de material, mostrando quem é o seu Deus. Depois, convidou-me a viajar à Síria e me enviou um bilhete aéreo;, contou ao Correio. Foi salva pelo namorado de ser recrutada pelo Estado Islâmico (EI). ;Ele descobriu, contou aos meus pais e eles tomaram providências;, acrescentou a russa. Valerya admite que, no período em que esteve radicalizada, compartilhou propaganda jihadista no ambiente on-line. Um estudo intitulado ;Conectividade das mulheres em redes extremas;, feito por cientistas da Universidade de Miami, ofereceu um vislumbre sobre o protagonismo das mulheres no estabelecimento de conexões com outros militantes do EI e na facilitação da disseminação de material extremista. O fenômeno é abastecido pela sensação de não pertencimento à sociedade ocidental e de alienação, além de restrições às práticas religiosas, com o uso do niqab (véu islâmico).<br /><br />Autor da pesquisa e professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Miami, Stefan Wuchty explicou à reportagem que, com a ajuda da equipe, analisou a topologia da Vkontakte a partir de grupos de seguidores do EI. ;Nós descobrimos que as mulheres se conectaram mais, umas com as outras, em grupos relacionados ao EI; ou seja, detinham uma alta centralidade de intermediação. Um fórum de discussão prevaleceu durante mais tempo no VKontakte quando mais mulheres o seguiam.; Wuchty e os colegas entraram em contato com simpatizantes da facção jihadista e, ao considerarem o registro de tempo da informação on-line, mediram o impacto de homens e de mulheres nas redes extremistas. Segundo Wuchty, os nós com alta centralidade de intermediação são fundamentais para a integridade de uma rede.<br /><br />Em tese, se as mulheres deixarem de exercer o atual papel nos ambientes jihadistas virtuais, a rede pode se partir em predaços. Os especialistas acreditam que entender a função delas em grupos relacionados ao EI pode revelar meios de enfraquecer o extremismo on-line. ;Uma das coisas mais surpreendentes para nós foi o fato de que as mulheres atuam como uma cola bem mais forte do que os homens, no sentido de manter coesa a rede de propagação de material jihadista, mesmo quando se encontram em minoria;, afirmou ao Correio o colombiano Pedro David Manrique, pós-doutorando do Departamento de Física da Universidade de Miami e coautor da pesquisa.<br /><br /><strong>Estereótipo</strong><br />;Nosso estudo olha para a dinâmica das redes on-line e offline, por meio do prisma de análises de rede;, comentou Manrique. No caso do EI, as chamadas centralidades foram esmiuçadas para investigar a rede de indivíduos que compartilham material pró-jihasistas. A análise forneceu informações sobre a conectividade e ofereceu insights sobre o benefício em potencial de um ator ou grupo de atores para a rede. De acordo com o coautor, as conclusões da pesquisa derrubam, em parte, o estereótipo segundo o qual, à medida que a situação se torna mais perigosa e agressiva, os homens se sobressaem. ;Em redes operando sob condições extremas, acreditava-se que os homens manteriam todo o processo coeso. Nós descobrimos a tendência oposta;, disse. Além das redes online pró-EI no VKontakte, os cientistas monitoraram redes offlline de insurgentes associados ao Exército Republicano Irlandês Provisório (PIRA), que se autoproclama herdeiro do IRA. E constaram que, assim como no site russo, a conectividades das mulheres era superior àquela desempenhada pelos homens.<br /><br />Magnus Ranstorp, especialista em terrorismo pelo Colégio de Defesa Nacional da Suécia, lembra ao Correio que há dois tipos de mulheres recrutadas pelo EI: as jovens, que acabam se casando com militantes; e as mais velhas, cuja função é a de alistar outras mulheres. ;Elas fornecem apoio em trabalhos administrativos, são as responsáveis pela manutenção das redes sociais, mas também atuam como donas de casa;, observa. ;As mulheres quase sempre têm uma noção utópica e romântica de viver no chamado califado islâmico. Elas apoiam os mujahedine (guerrilheiros islâmicos) ao dar suporte à família jihadista. Quando os homens vão para o front, elas vivem com outras mulheres. As viúvas, por sua vez, costumam se mudar para Manbij, uma cidade ao norte de Raqqa, agora sob controle das forças anti-EI.;<br /><br />No ambiente virtual, inclusive no VKontakte, as mulheres produzem campanhas publicitárias controladas pelo EI e iniciativas de recrutamento. ;Elas também traduzem páginas da mídia, como as revistas Dabiq e Dar-ul-Islam, uma publicação em francês;, afirmou Ranstorp.</p><p class="texto"> </p><p class="texto">A matéria completa está disponível <a href="#h2href:eyJ0aXR1bG8iOiJFeHRlcm5vOiBodHRwOi8vaW1wcmVzc28uY29ycmVpb3dlYi5jb20uYnIvYXBwL25vdGljaWEvY2FkZXJub3MvbXVuZG8vMjAxNi8wNi8xMS9pbnRlcm5hX211bmRvLDIwOTEyNC9zZWR1emlkYXMtcGVsby10ZXJyb3Iuc2h0bWwiLCJsaW5rIjoiaHR0cDovL2ltcHJlc3NvLmNvcnJlaW93ZWIuY29tLmJyL2FwcC9ub3RpY2lhL2NhZGVybm9zL211bmRvLzIwMTYvMDYvMTEvaW50ZXJuYV9tdW5kbywyMDkxMjQvc2VkdXppZGFzLXBlbG8tdGVycm9yLnNodG1sIiwicGFnaW5hIjoiIiwiaWRfc2l0ZSI6IiIsIm1vZHVsbyI6eyJzY2hlbWEiOiIiLCJpZF9wayI6IiIsImljb24iOiIiLCJpZF9zaXRlIjoiIiwiaWRfdHJlZWFwcCI6IiIsInRpdHVsbyI6IiIsImlkX3NpdGVfb3JpZ2VtIjoiIiwiaWRfdHJlZV9vcmlnZW0iOiIifSwicnNzIjp7InNjaGVtYSI6IiIsImlkX3NpdGUiOiIifSwib3Bjb2VzIjp7ImFicmlyIjoiX3NlbGYiLCJsYXJndXJhIjoiIiwiYWx0dXJhIjoiIiwiY2VudGVyIjoiIiwic2Nyb2xsIjoiIiwib3JpZ2VtIjoiIn19" target="blank">aqui</a>, para assinantes. Para assinar, clique <a href="https://assine.correiobraziliense.net.br/" target="blank">aqui</a> </p>