Tel Aviv, Israel - Israel anunciou nesta quinta-feira (9/6) a suspensão das permissões de entrada de dezenas de milhares de palestinos durante o Ramadã, após a morte de quatro pessoas em um atentado cometido por dois palestinos em Tel Aviv na véspera. Dois palestinos com pouco mais de 20 anos abriram fogo às 21h30 (15h30 de Brasília) em Sarona, um bairro muito movimentado, com bares e restaurantes, perto do ministério da Defesa.
Durante a noite, os soldados israelenses entraram em Yatta, onde realizaram operações de busca em várias casas e detiveram muitas pessoas, informou uma porta-voz do exército. Yatta está cercada e ninguém pode sair, exceto por razões humanitárias, segundo a mesma fonte.
Ao mesmo tempo, Israel anunciou a suspensão de 83 mil permissões de entrada de palestinos durante o Ramadã. "Todas as permissões concedidas pelo Ramadã, em particular as permissões destinadas às visitas familiares (para os palestinos) procedentes de Judeia-Samaria ficam congeladas", anunciou o COGAT, organismo de coordenação das atividades israelenses nos territórios palestinos. Judeia-Samaria é o nome utilizado pelo governo israelense para a Cisjordânia ocupada.
Uma parte das permissões envolve os palestinos que viajam a Jerusalém Oriental ; a parte palestina de Jerusalém ocupada e anexada por Israel ; durante o mês sagrado do jejum muçulmano, que começou na segunda-feira passada. O governo israelense também decidiu congelar todos os pedidos de permissão dos habitantes de Gaza, um território separado geograficamente da Cisjordânia ocupada e de Jerusalém pelo território israelense.
Muitos habitantes de Gaza solicitam durante o Ramadã a possibilidade de sair de Gaza, um território submetido a um rígido bloqueio, para rezar na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental. O ataque de Tel Aviv foi o mais grave cometido por palestinos contra israelenses desde o início, em outubro do ano passado, do atual ciclo de violência.
Estados Unidos, França e ONU condenaram o atentado. Mas o movimento Hamas, que governa a Faixa de Gaza, celebrou uma "operação heroica" que prova que "a intifada continua". Israel, Jerusalém e os territórios palestinos vivem uma onda de violência que matou 207 palestinos, 28 israelenses, dois americanos, um eritreu e um sudanês desde outubro do ano passado, segundo um balanço da AFP.
Muitos palestinos mortos eram autores ou supostos autores de ataques, a maioria cometidos com facas. Vários agressores eram moradores de Hebron, sul da Cisjordânia ocupada. O atentado representa o primeiro teste para Avigdor Lieberman que, poucos dias antes de assumir o cargo de ministro da Defesa, havia acusado o governo de fraqueza ante os ataques.