A oposição venezuelana espera que as autoridades eleitorais divulguem nesta terça-feira (7/6) um mapa do caminho para o referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro e, com este objetivo, organizará um novo protesto diante da sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
A passeata começará durante a manhã em Bello Monte, zona leste de Caracas. O aguardado encontro entre dirigentes da Mesa da Unidade Democrática (MUD) e do CNE pode acontecer às 15h00 locais (16h00 de Brasília), mas não está confirmado oficialmente.
"Todos queremos o revogatório já. Ninguém duvida na defesa do referendo, nem na celebração de eventos nas ruas para promover a pressão cidadã sobre um Poder Eleitoral que anda montado em uma bicicleta para que não aconteça este ano", afirmou o presidente do Parlamento, que tem maioria opositora, Henry Ramos Allup.
Centenas de opositores se concentraram na segunda-feira (6/6) em uma praça da zona leste de Caracas para exigir ao CNE, acusado de atuar a favor do governo, o anúncio do cumprimento do mínimo de 200 mil assinaturas válidas, de 1,8 milhão apresentadas em 2 de maio para ativar o referendo.
A MUD tem pressa para que o CNE autorize o início da ratificação das assinaturas com impressão digital, completando assim a fase de ativação da consulta, que depois exigirá a apresentação de quatro milhões de assinaturas para a convocação do referendo.
Em sua luta contra o tempo, a oposição pressiona para realizar o referendo antes de janeiro de 2017 - quando o mandato presidencial completará quatro anos -, porque se Maduro for derrotado antes, novas eleições serão convocadas. Se a consulta acontecer no próximo ano, em caso de derrota o chefe de Estado seria substituído pelo vice-presidente.
"Este ano não haverá referendo", declarou na segunda-feira o vice-presidente Aristóbulo Istúriz, antes de afirmar que o revogatório não é o objetivo da oposição, e sim "a violência", em uma referência aos protestos convocados pela MUD.
As duas passeatas em direação ao CNE organizadas pela MUD no último mês não conseguiram chegar à sede do poder eleitoral, depois que foram bloqueadas e dissolvidas com gás lacrimogêneo por policiais e militares, mas sem incidentes graves.