O secretário de Estado americano John Kerry criticou nesta terça-feira (7/6) uma nova lei que restringirá as atividades de organizações não governamentais (ONG) estrangeiras, em um evento na presença de autoridades do governo chinês.
"Transmiti ao conselheiro de Estado Yang Jiechi nossa preocupação com a lei recentemente aprovada sobre a gestão de atividades de ONGs estrangeiras", disse Kerry, ao lado de Yang, ao encerrar o "8; Diálogo Estratégico e Econômico" entre as duas potências.
Kerry também citou as "preocupações internacionais sobre crescentes restrições às liberdades religiosa e de expressão" na China. A declaração foi uma referência aos muitos incidentes entre as autoridades e as comunidades religiosas do país, assim como a onda de repressão contra advogados e jornalistas chineses.
A nova lei chinesa sobre as ONGs, aprovada de forma quase unânime em abril pelo Parlamento chinês - controlado pelo Partido Comunista - concede à polícia poderes ampliados sobre estas organizações, ao mesmo tempo que proíbe recrutar membros ou obter fundos no país.
Mais de mil ONGs estrangeiras atuam na China, desde organizações de caridade até grupos ecológicos, passando por estruturas universitárias. Três relatores especiais da ONU para os direitos humanos consideraram que "os dispositivos extremamente amplos em ambíguos" da lei "podem ser utilizados como instrumentos para calar qualquer opinião ou ponto de vista divergente no país".
Pequim se declarou "contrário com veemência" a esta declaração, que considerou uma "flagrante interferência na soberania jurídica e nos assuntos internos da China".