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Inundações deixam 9 mortos na Alemanha; França ameaçada por novos temporais

"A água subiu tão rápido que praticamente ninguém teve tempo de fugir", disse a polícia.

Foi nesta pequena cidade de 10.000 habitantes, perto da fronteira austríaca, que os socorristas descobriram em uma casa inundada quatro corpos de mulheres, três delas da mesma família.

A água subiu tão rápido que praticamente ninguém teve tempo de fugir", disse a polícia.

"Choro pelas pessoas que morreram nas inundações, estou junto com as famílias devastadas pelas catástrofes. (...) Esta situação de urgência mostra que na Alemanha somos solidários", declarou a chanceler alemã, Angela Merkel.

Após visitarem os locais inundados, o ministro bávaro das Finanças, Markus S;der, falou de um "tsunami de chuva" e a ministra bávara do Meio ambiente, Ulrike Scharf, de inclemências "de dimensões nunca vistas", atribuindo-as às mudanças climáticas.

No norte da Áustria, aonde os bombeiros interviram centenas de vezes na quarta-feira, a situação voltou quase à normalidade nesta quinta-feira.

Alerta na França

Na França, após "um dia de calma relativa" na quarta-feira, são esperadas novas chuvas para esta quinta, advertiu o serviço meteorológico francês.

Na região parisiense e na região vizinha de Centro-Valle de Loira, nove departamentos ainda estão em alerta, com mais de 20.000 lares sem eletricidade.

Em Paris, o nível do rio Sena subiu até alcançar 5,10 metros, e as autoridades calculam que pode chegar a 6 metro na sexta-feira.

Nas margens do Sena, o museu do Louvre está sob "alerta geral de inundação" e permanecerá fechado na sexta-feira para evacuar "de forma preventiva" as obras conservadas nos depósitos, indicaram os responsáveis pelo local.

O Museu d;Orsay também cancelou sua abertura noturna nesta quinta-feira.

Devido à inundação dos cais em ambos os lados do Sena, o transporte fluvial foi interrompido. A linha de trem regional que atravessa a capital e algumas rodovias foram fechadas.

A situação segue tensa e difícil em várias regiões, reconheceu o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, que foi constatar os danos nas ruas inundadas de Nemours, uma das cidades mais afetadas, 80 km ao sul de Paris. Em alguns lares desta localidade, a água superou os níveis alcançados durante a inundação de 1910 (4,25 m).

"Vivo aqui há 60 anos e nunca havia visto algo comparável", disse Sylvette Gounaud, moradora de Nemours.

Valls anunciou a criação de "um fundo excepcional de apoio" às vítimas. Algumas pessoas precisaram passar a noite em ginásios da cidade, como em Nemours e Longjumeau (a sudoeste de Paris).

Nestas localidades, cujos centros ficaram inundados, pequenas embarcações levavam à terra firme os habitantes privados de eletricidade e calefação, constataram fotógrafos da AFP.

O presidente francês, François Hollande, anunciou que o estado de catástrofe natural seria reconhecido a partir da próxima quarta-feira, durante o Conselho de Ministros.

Desde as primeiras chuvas de domingo foi necessária a intervenção de 10.000 bombeiros em todo o território francês, segundo as autoridades.