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Oposição venezuelana espera dar novo passo para referendo contra Maduro

Márquez advertiu que se o referendo não acontecer este ano, a pressão social aumentará a "limites imprevistos"



Longas filas, vigiadas por policiais militares, são formadas nos supermercados para a compra de alimentos subsidiados. A oposição acusa o CNE de fazer tudo para evitar que o referendo aconteça este ano, enquanto o governo afirma que a oposição, "desesperada", cometeu fraude, que incluiria as assinaturas de 10 mil falecidos. "Abriram os cemitérios", ironizou Maduro.

[SAIBAMAIS]"Entregamos 1029% a mais de assinaturas do que as solicitadas. Não há desculpas, até no pior cenário temos seis vezes mais do que o que o CNE exigia", afirmou o opositor Carlos Ocariz, prefeito do município de Sucre, no estado de Miranda.

Se a validação das primeiras assinaturas tiver sucesso, para obter a convocação do referendo a oposição precisará reunir outras quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral), que também devem ser validades com a impressão digital.

A oposição tem pressa. Se o referendo acontecer antes de 2017 - quando o mandato completa quatro anos - e Maduro perder, novas eleições devem ser convocadas. Mas se for organizado no próximo ano, em caso de derrota o chefe de Estado seria substituído pelo vice-presidente.

De acordo com o instituto Datanálisis, sete em cada 10 venezuelanos apoiam a mudança de governo. Para revogar o mandato de Maduro seriam necessários mais do que os 7,5 milhões de votos que deram a vitória ao chavista em abril de 2013.

Em meio à pressão pelo referendo, a Organização dos Estados Americanos (OEA) adotou na quarta-feira uma declaração em apoio ao diálogo entre o governo e a oposição. O governo da Venezuela proclamou como uma vitória a declaração aprovada na OEA.