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Ataque com carro-bomba em hotel de Mogadíscio deixa dez mortos

À noite, o tiroteio seguia em andamento no interior do hotel, sugerindo que estava em curso um ataque das forças especiais contra os invasores


Mogadíscio, Somália - Um ataque com carro-bomba contra um hotel no centro de Mogadíscio, capital da Somália, e reivindicado por islamitas somalis, deixou pelo menos dez mortos nesta quarta-feira, entre eles dois deputados, e cerca de 40 feridos, informaram fontes médicas e de segurança à AFP.

Segundo agentes de segurança e testemunhas, atacantes invadiram o hotel logo após a explosão, que ocorreu às 17h40 local, e tiros foram ouvidos.

À noite, o tiroteio seguia em andamento no interior do hotel, sugerindo que estava em curso um ataque das forças especiais contra os invasores.

O ataque começou com a "explosão de um carro-bomba no hotel Ambassadeur, na rua Makkah Almukarramah (...) onde se hospedam vários parlamentares", disse mais cedo à AFP uma fonte da segurança.

A mesma fonte informou que a explosão foi seguida por "um ataque complexo".

"Vi vários corpos na parte externa do hotel, mas não sabemos quantas pessoas estão no interior, nem o número de vítimas", explicou à AFP uma testemunha, Ibrahim Sheik Nur.



Outra testemunha, Mohamed Elmi, contou ter visto "sete corpos, em sua maioria carbonizados". Segundo ele, a explosão foi "muito forte".

"As forças de segurança estão agora dentro do prédio e toda a zona foi isolada", disse à AFP Ibrahim Sheik Nur, que testemunhou o ataque.

O jornalista da AFP no local confirmou que ainda ocorrem disparos esporádicos procedentes do hotel.

Segundo fontes concordantes, os agressores eram três: um morto fora do hotel e dois que conseguiram entrar no prédio.

Os shebab, ligados à rede Al-Qaeda, juraram derrubar o governo somali, apoiado pela comunidade internacional e defendido pela Amisom, a força da União Africana, composta por 22 mil homens.

A Amisom, graças a seu maior poder militar, expulsaram os shebab de Mogadíscio em agosto de 2011.

Apesar de ter perdido a maioria de seus bastiões, os shebab ainda controlam vastas zonas rurais, e realizam operações de guerrilha e atentados suicidas, inclusive na capital.