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Egito investigará declarações racistas durante conferência da ONU

No Cairo, o ministério das Relações Exteriores assegurou que as informações das quais dispõe atualmente "desmentem totalmente" essas acusações


Cairo, Egito
- O Cairo prometeu nesta terça-feira a abertura de uma investigação sobre as acusações segundo as quais uma autoridade egípcia teria chamado os africanos subsaarianos "de cães e escravos" durante uma conferência da ONU no Quênia, palavras que provocaram uma enxurrada de críticas nas redes sociais.

As acusações foram feitas pela embaixadora queniana para o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, Yvonne Khamati, em um memorando que ela escreveu e que circulou no Twitter.

Em sua conta no Twitter, ela disse que a autoridade egípcia em questão era "o vice-ministro do Meio Ambiente", que liderava a delegação egípcia na Assembleia da ONU para o Meio Ambiente (UNEA), que foi realizada na semana passada em Nairobi.



Ainda de acordo com o memorando, ele teria "chamado em árabe (os habitantes) da África Subsaariana de cães e escravos" quando os diplomatas discutiam uma resolução sobre a Faixa de Gaza, que finalmente não foi adotada por falta de quorum.

Khamati confirmou à AFP a autenticidade do texto e denunciou "comportamento irresponsável, incivilizado e insultante" do chefe da delegação egípcia.

"O árabe é uma língua africana, então vários diplomatas compreenderam suas observações", disse Khamati à AFP.

No Cairo, o ministério das Relações Exteriores assegurou que as informações das quais dispõe atualmente "desmentem totalmente" essas acusações.

O chefe da diplomacia egípcia, Sameh Choukri, "ordenou uma investigação imediata para saber o que realmente aconteceu".