Ise Shima, Japão - Os dirigentes das grandes potências, entre eles o presidente norte-americano, Barack Obama, devem começar negociações bilaterais nesta quarta-feira no Japão, antes da cúpula do G7, centrada em grande parte nos desafios de crescimento mundial, terrorismo e migração.
Os chefes de Estado e de governo de Japão, Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Canadá chegam separadamente entre esta quarta-feira e quinta de manhã na pequena cidade costeira de Ise Shima, no centro do arquipélago.
Os acessos ferroviários, terrestres e marítimos dessa região turística e agrícola está sob uma vigilância policial de proporção pouco habitual no Japão.
Barack Obama chegou nesta quarta-feira à região à bordo do avião presidencial Air Force One para uma visita cujo ponto forte será sua ida à Hiroshima depois da cúpula. Obama será o primeiro presidente norte-americano em exercício a visitar a cidade sobre a qual os Estados Unidos lançaram a bomba atômica em 1945.
Obama encontrará o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Este último se reunirá também na quarta-feira com o primeiro-ministro britânico David Cameron, que chegou nesta quarta-feira à região.
Cada um deve atuar ;segundo suas necessidades;
O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, devem chegar na quinta-feira pela manhã, antes da cerimônia de boas-vindas no Santuário de Ise, seguida de uma sessão sobre a economia mundial.
O fraco crescimento mundial ocupará um lugar de destaque nas discussões informais da cúpula.
Todos os países do clube comentam o bom equilíbrio entre a política monetária, a política orçamentária e as reformas da economia e da sociedade, mas cada um parece cuidar de seus próprios interesses.
"A prioridade do primeiro-ministro será a de chegar a um consenso segundo o qual a flexibilidade é a chave nas aproximações econômicas no interior do G7 e em virtude da qual os diferentes países adaptam sua política econômica em função de suas necessidades", declarou uma fonte do governo britânico que não quis se identificar.
Os pedidos do Japão por uma ação orçamentária coordenada são recebidos friamente pela Alemanha, que pede mais reformas estruturais.
O G7 deve adotar um "plano de ação" contra o financiamento do terrorismo. A delegação francesa pediu uma reunião suplementar prevista para quinta-feira sobre "a proteção do patrimônio cultural diante das agressões terroristas".
Migração: pedido de solidariedade
O tema "da migração e dos refugiados" foi acrescentado à ordem do dia "a pedido da Alemanha", segundo uma fonte do governo alemão. "Não se trata de tomar decisões concretas, mas a ideia é de que os países do G7 confirmem que esses temas de ;migração e refugiados; não podem ser resolvidos por somente um país", explicou a mesma fonte.
O G7 Financeiro reconheceu que "as migrações são um fenômeno brutal, em pleno crescimento, que vai durar (...) e que precisa de uma resposta mundial", informou neste sábado o ministro italiano da Economia, Pier Carlo Padoan.
O G7 deverá abordar outros problemas, como as tensões entre China e seus vizinhos dos mares da China meridional e oriental, entre a Rússia e a Ucrânia, a saúde e o clima.
Criado nos anos 1970, esse clube, transformado em G8 em 1997 com a Rússia, perdeu seu peso com a chegada do G20 no final dos anos 1990, grupo integrado pelos grandes países emergentes. O G7 é um clube de discussões informais entre as potências industriais, do qual a Rússia foi excluído por causa da anexação da Crimeia, em 2014.