Bruxelas, Bélgica -O procurador federal belga pediu nesta quinta-feira penas de 10 a 18 anos de prisão para os quatro principais membros da célula jihadista desmantelada em janeiro de 2015 em Verviers, no leste da Bélgica, considerando que ela constituiu o "esboço" dos atentados de Paris.
O procurador Bernard Michel também pediu, em sua acusação no Tribunal Criminal de Bruxelas, que sejam reclassificados como "tentativa de assassinatos terroristas" os atos pelos quais são processados um total de 16 réus, que eram, segundo ele, comandados pelo belga-marroquino Abdelhamid Abaaoud, suspeito de ser o mentor dos atentados de Paris.
A caracterização inicial dos fatos, além da formação de "organização terrorista", era de "tentativa de ataque terrorista", relacionados a um atentado contra um edifício, como uma delegacia de polícia.
"Mas nós vimos em Paris e Bruxelas para que o TATP serviu", em referência ao explosivo utilizado pelo grupo Estado Islâmico (EI) que foi empregado nos ataques de 13 de novembro em Paris (130 mortos) e de 22 de março em Bruxelas (32 mortos), explicou o procurador.
Dos 16 réus, dos quais 9 foram julgados à revelia, quatro são considerados pela acusação como os "líderes" da célula, que incluía vários moradores da comunidade de Bruxelas de Molenbeek.
O procurador pediu uma pena mínima de 18 anos de prisão contra Mohamed Arshad, que desempenhou um papel de "logística" de 2014 ao início de janeiro de 2015, antes de ser afastado por Abdelhamid Abaaoud por ser "muito louco".
Ele também exigiu um mínimo de 16 anos de prisão contra Souhaib El Abdi, que, segundo ele, tentou durante o processo "se privilegiar de sua atividade como falsificador para esconder o resto" da sua contribuição para a criação da célula jihadista.
O representante do Ministério Público também requisitou um "mínimo de 15 anos" de prisão contra Marouane El Bali, que "levou muito a sério" o papel de responsável pela logística do grupo após o afastamento de Arshad, que foi preso durante a ação da polícia em Verviers, em 15 de janeiro de 2015, uma semana após os ataques contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo.
As duas outras pessoas que estavam no apartamento em Verviers, Khalid Ben Larbi e Sofiane Amghar, foram mortas a tiros pelas forças de segurança.
Considerado o quarto líder da célula, Omar Damache é acusado de ser o representante na Grécia da rede jihadista.
"O QG da célula era em Damache", em Atenas, em um apartamento frequentado por Abdelhamid Abaaoud. O procurador solicitou uma sentença de 10 anos de prisão contra ele.