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Maduro ameaça decretar estado de 'comoção interna' na Venezuela

É um recurso que tenho como chefe de Estado caso na Venezuela ocorram atos golpistas violentos, e não duvidarei em adotá-lo", declarou o presidente venezuelano



Detenções
A oposição reportou, ainda, 17 detenções no estado de Nueva Esparta (leste), a queima ou retenção de ônibus dos manifestantes nos estados de Barinas e Mérida (sudoeste); e lançamentos de bombas de gás lacrimogêneo e disparos de cartuchos em Carabobo (centro). Em Caracas, policiais e militares impediram que mil manifestantes chegassem à sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), dispararam bombas de gás lacrimogênio e detiveram pelo menos sete pessoas na estratégica avenida Libertador, constaram jornalistas da AFP.

Segundo o ministro do Interior, Gustavo González, "por atos violentos protagonizados em Caracas hoje capturamos sete sujeitos vinculados a organizações violentas com finalidades políticas". As sete pessoas foram detidas na Praça Altamira, no município Chacao (leste de Caracas), e levadas para a Penitenciária 26 de Julho, em San Juan de Los Morros, capital do estado de Guárico.

O ministro mostrou imagens de manifestantes agredindo policiais e afirmou que um dos detidos "confessou que um grupo de jovens recebeu financiamento do chefe da segurança de um deputado de direita da Assembleia Nacional para participar das ações violentas". O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, revelou que o segurança em questão é conhecido como "Coromoto", ligado ao presidente da Assembleia, Henry Ramos Allup.

Cabello disse ainda que sete membros da polícia - duas mulheres e cinco homens - foram atendidos com traumatismos e cortes após agressões de manifestantes. "Um grupo agrediu nossas mulheres (policiais) e esta gente está sendo detida". No total, calcula-se pelo menos 30 detidos em todo o país.

Henrique Capriles explicou que a mobilização desta quarta-feira foi em defesa da Constituição e do referendo, e destacou que cumpriu o objetivo de que o Conselho Nacional Eleitoral recebesse um documento da MUD que relata o que consideram violações de Maduro ao processo de convocação da consulta.

Embora a marcha da oposição não tenha podido chegar à sede do CNE, no centro de Caracas, os dirigentes da MUD entregaram um documento a um dos cinco diretores principais da entidade, Luis Emilio Rondón, vinculado à oposição, que foi ao local e prometeu submetê-lo ao plenário do organismo. O CNE é acusado pela oposição de estar sob controle do chavismo.