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Confrontos entre rebeldes sírios matam ao menos 52 perto de Damasco

Nas últimas três semanas, estes combates deixaram mais de 500 combatentes e dezenas de civis mortos, segundo o diretor do OSDH, Rami Abdul Rahman


Beirute, Líbano - Pelo menos 50 combatentes e dois civis morreram nesta terça-feira em confrontos entre grupos rebeldes no leste de Damasco, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Os combates não param há três semanas em Guta Oriental, o bastião mais importante da rebelião na província de Damasco, entre o influente grupo de inspiração salafista Jaysh al Islam e as facções dirigidas pelo braço local da Al Qaeda.

Nas últimas três semanas, estes combates deixaram mais de 500 combatentes e dezenas de civis mortos, segundo o diretor do OSDH, Rami Abdul Rahman.

"Trata-se de uma verdadeira luta de poder" entre os grupos insurgentes, disse Abdul Rahman à AFP.

Entre os mortos está o último ginecologista que ainda trabalhava em Guta Oriental, afirmou o responsável dessa ONG com sede em Londres.

O Jaysh al Islam é o principal grupo rebelde em Guta Oriental e um dos seus chefes políticos, Mohamed Alloushe, foi designado porta-voz para as negociações de paz com o regime, celebradas em Genebra.

Essa formação enfrenta agora no terreno uma aliança que se reagrupa às facções islâmicas Faylaq al Rahman, Jaysh al Fustat e a frente Al Nosra, ramo da Al Qaeda na Síria.



Habitantes e autoridades locais tentaram em vão mediar para pôr fim à violência.

Outro porta-voz do Jaysh al Islam afirmou nesta terça que sua formação estava disposta a pôr fim aos confrontos, em resposta a uma iniciativa do coordenador da oposição síria Riad Hijab.

"Mas nossos irmãos de Faylaq al Rahman tem rechaçado por completo esta opção", assinalou Islam Alloushe em um comunicado distribuído aos jornalistas.

A insurreição armada contra o regime sírio está profundamente dividida entre numerosos grupos extremistas, islâmicos e rebeldes moderados.

Desde que começou a revolta contra o regime de Bashar al-Assad, em março de 2011, a guerra civil deixou mais de 270.000 mortos e obrigou milhões de pessoas a abandonarem suas casas, provocando uma grave crise humanitária na região e na Europa.