Os japoneses estão satisfeitos com a visita do presidente do Estados Unidos, Barack Obama, a Hiroshima, cidade devastada por uma bomba atômica jogada pelos norte-americanos no dia 6 de agosto de 1945, mas não esperam um pedido de desculpas, revela uma pesquisa realizada nesta semana.
Essa será a primeira vez que um presidente norte-americano vai à cidade, onde cerca de 140 mil pessoas foram mortas. Obama visitará Hiroshima com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, no dia 27 de maio, depois de participar da Cúpula do G7 no Japão
Mesmo aqueles que querem um pedido de desculpa, não se opõem à visita. "É claro que todos querem ouvir desculpas. Nossas famílias foram mortas. Mas decidimos eliminar as dificuldades que colocamos a líderes mundiais de visitar (o território). Nós primeiro gostaríamos que eles viessem e sentissem o solo de Hiroshima e Nagasaki (onde uma segunda bomba atômica foi lançada) e dessem uma boa olhada no que há em frente a eles para refletirem", disse Terumi Tanaka, secretário da Confederação das Vítimas de Hiroshima.
Uma pesquisa feita nesta semana pela imprensa nacional mostrou que 70% dos japoneses querem que Obama visite Hiroshima e apenas 2% são contrários.
Nos Estados Unidos, a visita é controversa, porque muitos norte-americanos acreditam que a bomba atômica terminou a Segunda Guerra e salvou inúmeras outras vidas. A Casa Branca já informou que Obama não fará um pedido de desculpas.
"Ouvi dizer que a América continua dividida sobre bombas atômicas, mas são quase 71 anos desde que a guerra terminou e acho que já é tempo de Obama visitar Hiroshima", afirmou o professor aposentado Kohachiro Hayashi.
O secretário da Confederação das Vítimas de Hiroshima declarou esperar que Obama se mantenha firme em eliminar as armas nucleares do mundo. "Para mim, essa seria uma verdadeira forma de se desculpar", disse.
"Não moro em Hiroshima ou Nagasaki, mas sou tomada de emoção quando penso que alguém que quer mostrar compreensão chegará em breve", afirmou Mieko Mori, 74 anos, que rezava em frente ao memorial das vítimas da bomba atômica em Tóquio.