Há poucos dias o senhor teve uma reunião com o presidente Privert. Ele tem planos para convocar novas eleições?
Ele não tocou nesse assunto. Mas é quase consenso, hoje, que as eleições devem ser realizadas em um domingo de outubro. A data faz sentido, até por questões econômicas e logísticas. Nós precisamos começar a trabalhar 60 dias antes das votações. Por exemplo, leva tempo para imprimir as cédulas eleitorais, o que é feito em Abu Dabi por questões contratuais, e para o transporte delas até o Haiti. Se iniciássemos hoje esse processo, as eleições ocorreriam em julho. Em outubro, estão previstas votações para renovar um terço do Senado. O custo é muito alto para realizar duas eleições em tão curto espaço de tempo.
As cédulas chegaram a ser impressas para 24 de abril?
As cédulas chegaram a ser impressas para 24 de abril?
Não, como se suspeitava que as eleições não fossem ocorrer, eles esperaram uma certeza para não perder recursos. Teria sido uma correria, caso elas não tivessem sido adiadas. Não consigo imaginar a logística para ser possível.
Em meados de janeiro, poucos dias antes da data prevista para as eleições, quando o candidato Jude Célestin anunciou que não participaria do segundo turno sem uma auditoria dos votos, o país estava pronto para votar...
Em meados de janeiro, poucos dias antes da data prevista para as eleições, quando o candidato Jude Célestin anunciou que não participaria do segundo turno sem uma auditoria dos votos, o país estava pronto para votar...
Nesse momento, nós perdemos todo o material eleitoral, sim. Em janeiro, foi um grande prejuízo, pois o material estava pronto e distribuído. Cada fase eleitoral custa em torno de US$ 9 milhões ou US$ 10 milhões. Para um país com problemas econômicos, como o Haiti, é algo muito custoso. Parte da verba é custeada pela comunidade internacional, mas cerca de um terço é de responsabilidade do país. O valor inclui a impressão e a distribuição nos 1.508 pontos de votação, feita por uma empresa terceirizada e, em locais mais críticos, por nós da Minustah. Inclui, também, a diária e a alimentação das forças de segurança, que ficam de plantão e coletam o material eleitoral.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.