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Filipinos escolhem presidente após violenta campanha eleitoral

Apesar da violência, as autoridades tentaram minimizar os incidentes e afirmaram que as eleições acontecem em um clima de tranquilidade.

Manila, Filipinas - Os filipinos comparecem às urnas nesta segunda-feira (9/5) para uma eleição presidencial que tem como grande favorito o polêmico candidato Rodrigo Duterte, que prometeu matar criminosos durante a violenta campanha eleitoral.

Ao menos 10 pessoas morreram nesta segunda-feira no país. Apesar da violência, as autoridades tentaram minimizar os incidentes e afirmaram que as eleições acontecem em um clima de tranquilidade.

Sete pessoas morreram em uma emboscada em Rosario, cidade próxima da capital Manila. Em Guindulungan, na província de Maguindanao, sul do arquipélago, onde atual milícias privadas, um eleitor foi executado em um local de votação.

A explosão de uma granada deixou um morto em Cotabato, enquanto na cidade de Sultan Kudarat, reduto do maior grupo de rebeldes muçulmanos do país, 20 homens armados invadiram um colégio eleitoral e levaram o material de votação.

Na província de Abra, norte do país, um tiroteio entre simpatizantes armados de partidos políticos rivais deixou um morto e dois feridos. Rowena Guanzon, porta-voz da Comissão Eleitoral, afirmou no entanto que as mortes, que aconteceram em áreas consideradas violentas, não terão impacto no desenvolvimento da votação.


Polêmico e favorito

Rodrigo Duterte, um advogado de 71 anos e que foi durante muitos anos prefeito da cidade meridional de Davao, aparece com uma vantagem cômoda sobre os adversários nas pesquisas. Durante a campanha, ele prometeu soluções brutais, mas rápidas, aso dois principais problemas das Filipinas: a pobreza e o crime.

Analistas o comparam a Donald Trump, único candidato republicano à Casa Branca, por ter ignorado os códigos da política convencional. Duterte afirma que para acabar com a pobreza é necessário erradicar o crime. Para isto, prometeu que deixará de lado uma justiça ineficaz e corrupta, ao mesmo tempo que ordenará às forças de segurança eliminar os criminosos.

Também ameaça estabelecer um governo unipessoal caso os congressistas não sigam suas orientações. Os críticos alertam que ele pode levar o país para outra ditadura, três décadas depois da queda do ditador Ferdinand Marcos em 1986.

O atual presidente, Benigno Aquino, cuja mãe liderou o movimento democrático que derrubou Marcos e presidiu a nação durante seis anos, reiterou que as Filipinas podem retornar a uma nova ditadura. Depois de seis anos no poder, o presidente é muito criticado pela manutenção de um modelo econômico favorável aos ricos.

Apesar da média de crescimento anual de 6% nos últimos anos, mais de 25% dos 100 milhões de filipinos sobrevivem abaixo da linha da pobreza. Mar Roxas, candidato apoiado por Aquino, também pertence a uma importante família política e estudou nos Estados Unidos. Ele aparece em segundo lugar nas pesquisas.