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Estados Unidos: Trump vence em Indiana e Cruz abandona corrida republicana

Trump precisava de 235 delegados para garantir a indicação e evitar uma difícil e imprevisível negociação na convenção Republicana

O magnata Donald Trump ganhou nesta terça-feira a primária do Partido Republicano no estado de Indiana, provocando a desistência do senador texano Ted Cruz e o deixando a um passo da indicação formal para concorrer à presidência dos Estados Unidos em novembro.

De acordo com projeções divulgadas pelas redes de televisão, Trump obteve cerca de 50% dos votos, destruindo as aspirações do ultraconservador Ted Cruz e do moderado governador de Ohio, John Kasich.

"Hoje deixamos tudo em Indiana. Demos tudo o que podíamos, mas o eleitores escolheram outro caminho e, por este motivo, é com o coração pesado mas otimismo no futuro desta Nação que estamos suspendendo nossa campanha", disse Cruz para seus partidários.

Trump precisava de 235 delegados para garantir a indicação e evitar uma difícil e imprevisível negociação na convenção Republicana, prevista para julho, em Cleveland, e nesta terça somou ao menos 30 dos 57 delegados de Indiana.

"Se vencermos em Indiana, isto estará terminado", disse Trump na véspera em um comício.

Cruz e Kasich apostaram tudo em uma estratégia para evitar que Trump ganhasse em Indiana e ampliasse as chances de obter a indicação antes da convenção partidária.

Cruz e Kasich já não tinham qualquer chance de vencer a corrida pela indicação, mas ambos apostavam em impedir que Trump obtivesse o número de delegados necessários até julho.

Matematicamente sem chance de obter a maioria necessária, Cruz esperava que Indiana servisse para conter o avanço de Trump e impedi-lo de chegar aos 1.237 delegados que vão garantir a candidatura.

Cruz, do movimento ultraconservador Tea Party, havia prometido lutar "até o final", buscando uma consagradora vitória na Califórnia, onde há 475 delegados em disputa.

Na corrida democrata, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton aparece levemente à frente do senador Bernie Sanders, mas sem um vencedor claro.

Com 2.176 delegados já em sua conta, Hillary Clinton necessita apenas de 20% dos mil delegados ainda em disputa para selar sua candidatura, que exige 2.383.

Como a distribuição de cada estado é proporcional, a pré-candidata democrata soma delegados mesmo quando Sanders ganha.

Os democratas distribuem 83 delegados em Indiana, estado cujo setor manufatureiro está passando por uma crise. Esse cenário levou Sanders a se concentrar em acordos comerciais promovidos pelo governo americano.

"Precisamos de uma política comercial que trabalhe para a classe média e favoreça as famílias que trabalham e não apenas os presidentes de grandes empresas", disse.

Hillary Clinton "tem apoiado virtualmente cada um desses acordos comerciais desastrosos", acrescentou.

O senador de Vermont ainda tem chances para aspirar a uma indicação partidária, mesmo que, em geral, a nomeação da Casa Branca seja feita por aclamação, como aconteceu em 2008 com Barack Obama.

Enquanto isso, a ex-senadora e candidata favorita democrata parecia já ter virado a página em Indiana, focada em responder aos ataques de Trump.

"Por favor, vamos nos concentrar em Hillary", afirmou Trump a uma multidão em ato na segunda-feira, acusando a ex-senadora de ser "desonesta".

"As pessoas têm jogado coisas sobre mim por 25 anos, e aqui estou: a ponto de ser a primeira mulher nomeada por um partido nacional para ser presidente", declarou Hillary Clinton em West Virginia, que vota em uma semana, rebateu.