Caracas, Venezuela - A oposição venezuelana apresentará na terça-feira (3/5) as assinaturas para ativar um referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro, que enfrenta um crescente descontentamento popular com o agravamento da crise econômica.
Diante da hipótese de ter que deixar o poder por via constitucional, ou derrubado por um golpe de Estado, Maduro convocou seus partidários a se declararem em "rebelião" - mas de forma "pacífica", frisou. "Se, algum dia, a oligarquia fizer algo contra mim e conseguirem tomar este palácio, por uma via, ou por outra, eu ordeno a vocês que se declarem em rebelião e decretem uma greve geral indefinida, até obter a vitória frente à oligarquia. Uma rebelião popular com a Constituição na mão", completou.
Para revogar Maduro, o "Sim" deve obter mais dos que os 7,5 milhões de votos que ele recebeu após a morte de Chávez em 2013 para completar o período de seis anos. A oposição afirma ter certeza de alcançar o número necessário. Uma pesquisa recente da empresa Venebarómetro indicou que 68% dos venezuelanos desejam a saída de Maduro e novas eleições, enquanto 84% consideram negativa a situação do país.
A Venezuela enfrenta uma forte recessão desde 2013. No ano passado a contração foi de 5,7% e a inflação chegou a 180,9%, a maior do mundo. O país também enfrenta a escassez de alimentos, remédios e outros produtos básicos, assim como cortes de energia elétrica programados pelo governo em consequência da seca.