Havana, Cuba - O governo de Raúl Castro anunciou que nesta sexta-feira (22/4) o fim das restrições para as viagens de cubanos por via marítima, vigente há décadas, uma proibição que mantinha em suspenso a retomada de cruzeiros entre os Estados Unidos e a ilha.
As medidas, que entrarão em vigor na próxima terça-feira, permitirão a entrada e saída de cubanos como passageiros e tripulantes de navios e cruzeiros, segundo uma nota oficial divulgado pelo jornal estatal Granma. "O governo decidiu autorizar a entrada e saída de cidadãos cubanos, independente de sua condição migratória, na qualidade de passageiros e tripulantes de cruzeiro", indicou o texto.
Cuba aceitou liberar as viagens marítimas como parte do processo de normalização das relações Estados Unidos iniciado em dezembro de 2014, e que alcançou seu máximo ponto com a histórica visita do presidente Barack Obama a Havana, em março.
Estas novas disposições, que se somam à retomada de voos comerciais entre os dois países -, permitirão em teoria destravar a anunciada retomada das viagens de cruzeiro. Neste contexto, a empresa americana Carnival começou a aceitar reservas para seus cruzeiros a Cuba de pessoas nascidas na ilha.
A Carnival, que planeja enviar no dia 1; de maio o primeiro cruzeiro em meio século dos Estados Unidos a Cuba em meio ao histórico degelo bilateral, indicou que mantinha negociações com Havana, confiante que governo castrista suspenderia a política da Guerra Fria que não permite que cubanos entrem na ilha pelo mar, apenas pelo ar.
A Carnival se tornou a primeira empresa de cruzeiros que conseguiu as autorizações tanto dos Estados Unidos quanto de Cuba para realizar a rota entre os dois países, interrompida desde a vitória da revolução cubana em 1959, em meio à aproximação entre as duas nações, iniciada em dezembro de 2014.