Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a criação de um grupo de trabalho para investigar os chamados "Panama Papers", em meio a uma forte pressão causada pela revelação de que teria tido participação em um fundo "offshore". O grupo será dirigido de forma conjunta pelos agentes britânicos da Receita e pela Agência Nacional do Crime (NCA).
É pouco provável, porém, que o grupo consiga desviar a atenção de Cameron desde que o premiê admitiu na última terça-feira que teve ações no fundo de investimento nas Bahamas de seu falecido pai.
Foram necessários quatro confusos comunicados emitidos por seu gabinete até que o premiê britânico decidisse reconhecer que tinha participações nessa empresa instalada em um paraíso fiscal.
[SAIBAMAIS]O grupo de trabalho investigará os arquivos vazados para identificar os clientes do escritório panamenho Mossack Fonseca, suspeitos de lavagem de dinheiro e de evasão fiscal. Contará com um orçamento de 10 milhões de libras (12 milhões de euros).
"Este grupo de trabalho reunirá os melhores especialistas britânicos para enfrentar qualquer irregularidade em relação aos ;Panama Papers;", declarou Cameron, em uma nota, acrescentando que a equipe apresentará suas conclusões "no final do ano".
"Sei que deveria ter administrado melhor este assunto", admitiu o premiê neste sábado, prometendo publicar suas declarações de renda dos últimos anos, um gesto inédito por parte de um primeiro-ministro no país.
Hoje, centenas de pessoas se manifestaram em frente a Downing Street para pedir a renúncia de David Cameron.