Nova York, Estados Unidos -O escândalo dos "Panama Papers" entrou nesta quinta-feira na campanha das primárias americanas: o democrata Bernie Sanders acusou a rival, Hillary Clinton, de ter uma responsabilidade no caso.
Sanders acusou a ex-secretária de Estado de ter apoiado há cinco anos um acordo de livre comércio entre Panamá e Estados Unidos que, segundo ele, "facilitou aos ricos e às empresas de todo o mundo evitar o pagamento de impostos em seus países".
"Não acredito que você esteja qualificada (para ser presidente) depois de ter apoiado o acordo de livre comércio com o Panamá, ao qual me opus intensamente", declarou o senador por Vermont na quarta-feira à noite em um comício eleitoral.
A equipe de Sanders recordou que o pré-candidato à Casa Branca, ferozmente contrário ao acordo, fez a previsão de que os ricos e poderosos poderiam ocultar mais fácilmente seu dinheiro no Panamá graças ao acordo.
Clinton foi contra o acordo em 2008, quando estava em campanha contra Barack Obama durante as primárias democratas da eleição presidencial, mas depois ajudou a promovê-lo no Congresso cuando era secretária de Estado, afirma a equipe de campanha de Bernie Sanders.
Apesar de estar consideravelmente atrás da rival no que diz respeito ao número de delegados obtidos até agora nas primárias, o democrata socialista, de 74 anos, que propõe uma revolução política, continua freando o avanço de Hillary Clinton para a indicação do partido para a eleição presidencial de novembro.
Os democratas apontam as baterias para Nova York, onde acontecerá a próxima votação das primárias, em 19 de abril. Ambos questionam as credenciais do outro para assumir eventualmente a presidência.
O tratado de livre comércio entre Estados Unidos e Panamá foi aprovado em 2011 pelo Congresso americano após vários anos de negociações.