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Governo de Macri diz que não tem nada a esconder por empresas 'offshore'

"Há uma enorme tranquilidade porque não há nada a esconder", disse Marcos Peña em uma coletiva de imprensa na Casa Rosada, sede do governo

Buenos Aires, Argentina - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, não tem nada a esconder no caso da empresa offshore revelada pelos "Panama Papers", nem em outra sociedade fantasma inscrita no Panamá, declarou nesta terça-feira (5/4) seu chefe de gabinete, Marcos Peña.

"Há uma enorme tranquilidade porque não há nada a esconder", disse Peña em uma coletiva de imprensa na Casa Rosada, sede do governo. Peña afirmou, em sintonia com o que declararam na segunda-feira o presidente Macri e seu pai, Franco Macri, que são sociedades "que não têm capital, nem movimento de dinheiro, sem ativos".

A empresa Fleg Trading Ltd., constituída nas Bahamas, "nunca teve movimento, não tinha ações nem recursos, nem nada", insistiu Peña, que falou junto aos ministros de Segurança, Patricia Bullrich, e da Justiça, Jorge Garavano, que apresentaram outros projetos do governo.


Consultado sobre a aparição do nome do presidente em uma segunda empresa "offshore", chamada Kagemusha SA, criada em 1981 de acordo com um registro oficial panamenho divulgado nesta terça-feira pela imprensa argentina, o chefe de Gabinete também minimizou os fatos.

"Temos os mesmos rumores jornalísticos. É o mesmo caso, uma empresa do pai, que foi constituída para algum fim, mas que depois não teve atividade, e onde os familiares são colocados como diretores por uma questão de confiança", explicou.

[SAIBAMAIS]Segundo documentos divulgados pela imprensa, a Kagemusha foi registrada em 11 de maio de 1981, quando Macri tinha 22 anos, e diz que está em vigor. Franco Macri figura como presidente, Mauricio Macri como vice-presidente e seu irmão Gianfranco como secretário.

Franco Macri é dono de um dos conglomerados de empresas mais importantes da Argentina. Peña ratificou que "não há empresa onde o presidente tenha ativos, nem movimentos, nem contas que não tenham sido declaradas".

O governo também apoiou a titular do Gabinete Anticorrupção, Laura Alonso, uma ex-deputada do Pro, o partido de Macri, cuja renúncia foi pedida pela oposição, depois que na segunda-feira defendeu o presidente dizendo que constituir uma empresa em um paraíso fiscal não é um crime em si mesmo.