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Cúpula nuclear em Washington aborda ameaça extremista

Após os ataques em Bruxelas e Paris, a Casa Branca está preocupada com a incapacidade dos europeus em combater os riscos de atentados em suas principais cidades


Washington, Estados Unidos - Os líderes mundiais, reunidos em Washington para uma cúpula sobre segurança nuclear, concentram nesta sexta-feira sua atenção no grupo Estado Islâmico (EI), após discutir na quinta-feira sobre a Coreia do Norte.

Após os ataques em Bruxelas e Paris, a Casa Branca está preocupada com a incapacidade dos europeus em combater os riscos de atentados em suas principais cidades.

Entre os participantes é crescente o temor de que grupos radicais possam obter material nuclear para uma "bomba suja", capaz de espalhar partículas radioativas no meio ambiente.

As preocupações sobre tais ataques aumentaram depois que foi revelado que dois dos envolvidos nos ataques de Bruxelas haviam obtido vídeos de vigilância mostrando todos os passos de um agente belga do setor nuclear.



Mas as discussões dos líderes mundiais não se limitam ao risco nuclear.

Na quinta-feira, o presidente Barack Obama ressaltou a necessidade de aumentar a cooperação entre os Estados Unidos e a Europa para "identificar potenciais ataques e cortar o financiamento" aos grupos extremistas.

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De um modo geral, os países que lutam contra o EI "fizeram progressos em acelerar os ataques aéreos e aumentar a pressão" contra os extremistas no Iraque e na Síria, considerou Ben Rhodes, conselheiro de segurança da Casa Branca.

Mas "acreditamos que é extremamente importante que trabalhemos para frustrar projetos de ataques" fora do Iraque e da Síria, "dado os esforços do Estado Islâmico para alcançar a Europa e outras partes do mundo", afirmou.

A troca de informações de inteligência estará no centro das discussões, disse.

Para Rhodes é vital "garantir que isso aconteça o mais rápido possível" e "melhorar a vigilância dos combatentes que deixam o Iraque e a Síria ir não só para a Europa, mas para outros países".

Líderes de trinta países se reúnem desde quinta-feira na capital dos Estados Unidos para a cúpula, com a presença dos presidentes latino-americanos do México, Argentina e Chile, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil.

Os representantes das seis potências que negociaram o acordo nuclear iraniano vão pressionar para a implementação do acordo por Teerã.

As discussões sobre a segurança nuclear vão incluir na parte da tarde uma troca em torno do cenário fictício de um incidente nuclear, algo inédito nas últimas quatro cúpulas, lançadas pela administração Obama em 2010.

O dia se encerrará com uma coletiva de imprensa do presidente americano.

Sanções contra Pyongyang
Na quinta-feira, as discussões se concentraram principalmente na Coreia do Norte, que voltou a preocupar a comunidade internacional com seus testes nucleares e de mísseis banidos pela ONU.

Obama recebeu a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e os três líderes prometeram se "defender" contra a ameaça nuclear do regime de Pyongyang.

Os três países se comprometeram "a aplicar as medidas" adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU em 2 de março: um novo arsenal de sanções contra Pyongyang sem precedentes.

Obama também discutiu a questão em uma reunião bilateral com Xi Jinping, o presidente chinês cujo país é um aliado tradicional da Coreia do Norte.

Pequim aprovou as sanções da ONU contra Pyongyang, mas os Estados Unidos querem que a China aumente a pressão sobre seu vizinho.

"O presidente Xi e eu estamos comprometidos com a desnuclearização da península coreana e o plena cumprimento das sanções da ONU", disse Obama ao lado de seu colega chinês.

Por sua vez, Xi ressaltou sua vontade de "ampliar a comunicação e a coordenação" com os Estados Unidos sobre "a questão nuclear coreana".

Essas discussões foram classificadas pela imprensa estatal norte-coreana como um esforço "absurdo" de impedir Pyongyang de ter "um acesso legítimo a armas nucleares". A Coreia do Norte lançou nesta sexta-feira um novo míssil de curto alcance, que caiu no mar.

A Coreia do Norte ameaça quase diariamente Seul e Washington com ataques nucleares ou convencionais e parece menosprezar as sanções aprovadas pela ONU.