Integrantes das equipes de emergência lutavam nesta quinta-feira para resgatar dezenas de pessoas que seguiam presas entre os escombros após o desabamento de um viaduto em Calcutá, que deixou ao menos 25 mortos e mais de 100 feridos.
"Até agora, são 20 pessoas que morreram. O número pode aumentar porque são muitos feridos", disse à AFP ministro de Gestão de Desastres do estado de Bengala Ocidental, Javed Ahmed Khan.
As autoridades temem que o número de mortos seja ainda maior, já que não se sabe quantas pessoas continuam sob os escombros.
As equipes de resgate trabalhavam no local com ferramentas, detectores de vida e cães treinados.
A princípio, as pessoas começaram a retirar os escombros com as mãos, enquanto o exército chegava ao local para coordenar o resgate. Depois, os moradores seguiam trabalhando junto às equipes de socorro, utilizando paus de bambu, com o objetivo de encontrar sobreviventes.
Os parentes das pessoas desaparecidas também se dirigiram em desespero ao local.
"Tudo acabou", gritava Parbati Mondal, cujo marido, um vendedor de frutas, está desaparecido.
Os funcionários estavam trabalhando quando um trecho de 100 metros do viaduto desabou sobre uma rua lotada de pedestres e veículos. No local havia uma grua erguendo um carro dos escombros e era possível observar um ônibus que havia sido atingido pelo desabamento, mas não estava claro se transportava passageiros.
Um trabalhador da obra que ficou ferido disse à AFP que durante a manhã os parafusos da estrutura começaram a se afrouxar.
"Estávamos pegando duas vigas de aço para os pilares, mas as vigas não suportaram o peso do cimento", disse Milan Sheij, de 30 anos, que depois foi levado ao hospital para ser atendido.
A construção do viaduto de dois quilômetros de comprimento começou em 2009 e deveria ter terminado em 18 meses, mas sofreu uma série de atrasos.
Os acidentes durante as construções são frequentes na Índia, onde as leis de segurança trabalhista são frágeis e muitas vezes são utilizados materiais de má qualidade.
Muitos moradores da zona abandonaram o lugar por medo de que o resto da estrutura desabasse.
"Pensamos que era um terremoto"
Uma testemunha disse que ouviu um forte ruído e que "parecia que uma bomba tinha explodido no local e havia fumaça e poeira".
"Ouvimos um estrondo enorme e nossa casa sofreu um forte abalo. Pensamos que era um terremoto", disse Sunita Agarwal, moradora da região de 45 anos.
"Fomos embora. Não sabemos o que vai acontecer", contou.
Mamata Banerjee, a autoridade regional de Bengala Ocidental, disse que os responsáveis pela tragédia não sairão impunes.
P Rao, representante da empresa de construção indiana IVRCL, que recebeu a concessão, descreveu o desastre como "um ato de Deus".
A empresa recebeu em 2009 um prazo de 18 meses para terminá-la, com um orçamento de 25 milhões de dólares, mas sete anos depois 55% da obra ainda não foi finalizada.
O desastre ocorre poucos dias antes do início da final do Mundial de Críquete T20, que atrairá milhares de fãs no domingo à cidade.