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Espanhola é expulsa de Moçambique por participar de protesto pró-minissaia

Sua prisão ocorreu pouco antes da apresentação de uma peça de teatro de rua para criticar a decisão de várias escolas em Maputo para proibir as minissaias.

As autoridades moçambicanas anunciaram a expulsão nesta quarta-feira (30/3) de uma militante feminista espanhola, acusada de ter participado numa manifestação considerada "ilegal" para protestar contra a proibição de minissaias em certas escolas.

"Ao participar de uma manifestação ilegal, levando um grupo de crianças vestidas com uniformes escolares e gritando slogans contrários aos bons costumes da República de Moçambique, a cidadã Eva Anadón Moreno violou de maneira clara e manifesta a lei", afirmou a ordem de expulsão assinada pelo ministro do Interior, Jaime Basilio Monteiro.

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"Nós decidimos pela expulsão da cidadã Eva Anadón Moreno", acrescentou.

Poucos minutos antes de ser expulsa, Eva Anadón Moreno manifestou que a decisão do governo era "uma mensagem clara para silenciar os estrangeiros, a sociedade civil, todo mundo".

"Estou sendo expulsa por participar de uma atividade que ocorreu perto de uma escola secundária que criticava o assédio sexual de meninas nas escolas", disse à AFP a militante de 34 anos, que vive em Moçambique há quatro anos.

A espanhola foi presa em 18 de março, com quatro outras ativistas, durante sete horas. Sua prisão ocorreu pouco antes da apresentação de uma peça de teatro de rua para criticar a decisão de várias escolas em Maputo para proibir as minissaias.

Desde o início de fevereiro, várias escolas de Moçambique decidiram proibir as minissaias para supostamente combater o assédio sexual, e agora exigem uniformes com saias longas, na altura dos pés.

"A escola não é um lugar para a moda", disse em 21 de março o ministro da Educação moçambicano, Jorge Ferrão.

Casos de assédio sexual e estupro são comuns em escolas moçambicanas, especialmente nas áreas rurais.