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Ex-presidentes latino-americanos alertam contra populismo

O ex-presidente chileno Sebastián Piñera criticou especialmente os governantes democráticos excessivamente preocupados com manter sua cota de popularidade

Ex-presidentes latino-americanos pediram nesta terça-feira que se evite o populismo na região e que se fomente a liberdade individual para aumentar o desenvolvimento, durante um seminário para celebrar os 80 anos do Prêmio Nobel de Literatura peruano, o escritor Mario Vargas Llosa. "A América Latina precisa de uma revolução copernicana em matéria de educação, uma nova abordagem em relação ao empreendimento, fomentar a criatividade individual, e não asfixiá-la com excesso de estatismos", disse o ex-presidente chileno Sebastián Piñera.

"O exemplo do (falecido presidente venezuelano, Hugo) Chávez demonstrou que, quando se atrofia o investimento privado, os investimentos sociais não são possíveis", defendeu o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, no seminário "Vargas Llosa: cultura, ideas y libertad". "A América Latina tem grandes possibilidades", disse Uribe, referindo-se aos grandes recursos da região, mas, para seu desenvolvimento, "necessita-se simultaneamente de uma grande força em investimento privado e uma grande política social, uma conjunção dos setores público e privado".

[SAIBAMAIS]No momento do "ocaso das fórmulas esquerdistas e socialistas", o ex-presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle destacou a necessidade de liberdade para se desenvolver e fez uma convocação à participação política. "No final desses regimes você tem muito Estado e pouca república", considerou o ex-presidente do Uruguai, insistindo em que "temos de administrar o conceito de república".

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Piñera criticou especialmente os governantes democráticos excessivamente preocupados com manter sua cota de popularidade, o que leva a cair "na demagogia e no populismo", em uma referência indireta à atual presidente chilena, Michelle Bachelet. Também atacou os cidadãos "empoderados pelas redes sociais" que, por um lado, depreciam a política, mas, por outro, mostram seu apego à democracia, no qual o ex-presidente chileno considerou uma "contradição".

Cuba e Venezuela ilustraram as exposições dos ex-presidentes como dramáticos exemplos de situações difíceis provocadas pelo populismo. Lacalle citou Fidel Castro como a figura "mais importante" nos últimos 50 anos do século passado "não para o bem, e tão importante quanto determinante das transformações ocorridas na região".

Uribe desejou que "as aproximações diplomáticas (com a Ilha) lideradas pelos Estados Unidos não se transformem em uma legitimação da ditadura, mas sim em motivo para derrotar a ditadura". "Abre-se uma nova política entre Cuba e Estados Unidos, e tomara que entre Cuba e América Latina", disse Piñera.